A rebelião das águias no Alasca

Dutch Harbor é um vilarejo localizado às margens do mar de Bering, em uma pequena ilha do arquipélago das Aleutas, no Alasca, a 1.900 quilômetros de Anchorage. É o porto pesqueiro mais produtivo dos Estados Unidos. Todos os invernos, deixa de ter uma população diminuta para acolher milhares de pessoas quem vêm para trabalhar no centro de processamento de peixes, nas embarcações caranguejeiras ou nos grandes barcos que se dedicam à pesca do bacalhau e do abadejo. Mas elas não são as únicas a tentar a sorte no povoado.

Estamos acostumados a ver a ave nacional dos Estados Unidos como o grande herói dos documentários sobre a natureza, pescando salmão em rios imaculados, nas cédulas dos dólares e nos emblemas de todos os organismos federais, da CIA e da Agência Nacional de Segurança (NSA) ao gabinete do presidente. Mas em Dutch Harbor, principalmente no inverno, quando os animais têm mais dificuldades para pescar, fica evidente o que essas águias realmente são: aves carniceiras, brigonas e quase imbatíveis.

Quando se vive tão perto desse importante símbolo federal, quando é possível vê-lo diariamente, é mais difícil considerá-lo majestoso. Os incidentes com águias-de-cabeça-branca lotam as fichas da polícia local tanto quanto as chamadas por causa de pescadores embriagados que perderam a consciência em uma cama que não é a sua ou que fugiram com a empilhadeira de outro.

Na minha primeira manhã em Dutch, fui à KUCB, a emissora local de rádio e televisão, para pedir que me contassem histórias relacionadas com as águias. Antes mesmo de deixar o microfone, já me ligavam e me enviavam mensagens. Um homem foi diretamente à emissora com seu limpa-neve e chegou antes de eu sair do estacionamento. Todo o mundo tem alguma história com as águias; normalmente, mais de uma.

Laurel Braitman

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