Projeto desenvolvido pela Defensoria Pública quer garantir tratamento contra o vício em drogas para adolescentes socieducandos

Conforme pesquisa realizada pela Instituição, em parceria com a Seprev, 90% dos socioeducandos já fizeram uso de drogas lícitas e ilícitas

A Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL) realiza um projeto com adolescentes em medidas socioeducativas para identificar quantos enfrentam dependência química, visando garantir tratamento adequado ao vício no sistema socioeducativo e na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).

Conforme o relatório do Núcleo da Infância e Juventude, apresentado nesta quarta-feira, 13, o projeto entrevistou 50 jovens nas unidades de internação masculinas do estado de Alagoas situadas em Maceió entre agosto e outubro, constatando que mais de 90% deles já utilizaram substâncias psicoativas, incluindo maconha, cocaína, crack e medicamentos não prescritos.

Segundo os adolescentes entrevistados, o contato com álcool e outras drogas teve início por volta dos 13 anos. Dos socioeducandos que relataram ter feito uso de substâncias psicoativas, 34% utilizaram maconha, 26% afirmaram ter ingerido álcool, 27% usaram cocaína, 9% recorreram a medicamentos não prescritos e 4% relataram uso de crack.

No âmbito social, foi constatado que a maioria dos rapazes vem de contextos sociais desfavorecidos, tendo crescido na pobreza e exclusão social.

Tratamento

Durante as entrevistas, sete adolescentes foram identificados como dependentes químicos, porém imputáveis. Seis deles manifestaram interesse em passar por tratamento contra a drogadição. Nestes casos, a Defensoria Pública apresentou petições judiciais para encaminhar os rapazes à RAPS para avaliação e início do tratamento.

A pesquisa foi desenvolvida em parceria entre a Defensoria Pública e a Secretaria de Prevenção à Violência (Seprev), contando com a atuação do Defensor Público Fábio Passos de Abreu e das integrantes da Seprev, a psicóloga Lais Campelo Lopes Ferreira e a advogada Larissa Melo Brandão.

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