“Ainda não temos uma data fixa para a volta às atividades presenciais, mas o certo é que precisaremos dar início ao calendário escolar. O formato em que se dará esse retorno será o foco de um plano que será amplamente divulgado e discutido com todas as instâncias da comunidade escolar e com o governador Renan Filho”.
Com estas palavras, o secretário de Estado da Educação, Fábio Guedes, destacou que a retomada das atividades presenciais na rede estadual de ensino acontecerá de forma democrática, ouvindo toda a comunidade educacional e respeitando os protocolos sanitários de combate à Covid-19.
O anúncio foi feito em entrevista, na noite desta quinta-feira (11). Na ocasião, Guedes falou que as unidades já receberam recursos para aquisição de itens como álcool gel e tapetes sanitizantes e que, em breve, será lançado um programa que vai municiar as escolas com mais verbas para adequação aos protocolos sanitários.
“Nos próximos dias, o governador Renan Filho lançará este programa, que dará aos diretores condições de financiar gastos e garantir insumos que adequem as escolas às exigências sanitárias. Paralelamente, também está em trâmite um processo para contratação de empresa para realização de serviços de manutenção predial”, adiantou Guedes, informando ainda que o estado também aguarda verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (FNDE) para construção de novas escolas- dentre as quais, algumas indígenas-, retomada de obras de ginásios e aquisição de veículos para a frota de veículos.
Transporte – Em relação ao transporte escolar, Guedes frisou que, havendo o retorno das atividades presenciais, o grande desafio será a definição das rotas.
“Em Maceió, por exemplo, em virtude dos problemas da exploração da mineração nos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto, tivemos a migração de muitas famílias para outros bairros, em especial para a parte Alta. E isso nós sentimos durante a matrícula, quando muitas pessoas procuraram vagas nessa região, mas a oferta não atendia a demanda. Por isso, estamos formatando, em parceria com a Secretaria de Planejamento, um painel com todas as informações acerca da rede estadual, com base no Censo Escolar. A partir dessa plataforma, por exemplo, poderemos ver onde precisamos construir mais escolas, onde há mais demanda”, vislumbrou Guedes.
Diálogo- O secretário ressaltou que a pasta tem mantido diálogo com todas as instâncias educacionais na busca pela melhor formatação para o ano letivo 2021, a exemplo de órgãos de controle social e cumprimento das leis, como o Ministério Público, assim como instituições de classe, como Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteal), com quem tem uma reunião prevista para o próximo dia 18.
“Neste momento, é importante firmarmos um contrato social, dialogarmos, unirmos forças e buscarmos soluções conjuntas para a Educação. A pandemia foi muito difícil para todos, laços entre escola e comunidade foram prejudicados e os professores foram guerreiros atuando remotamente”, destacou Guedes, adiantando ainda que o Governo de Alagoas já trabalha em uma minuta de portaria relacionada ao acesso a equipamentos e tecnologias de conexão para profissionais da educação e comunidade escolar.
Avanços – Por fim, o secretário pontuou os avanços alcançados na educação alagoana e registrados na edição 2019 do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), onde a rede pública teve uma evolução de 7,54% nos anos iniciais do ensino fundamental, 13,33% nos anos finais da mesma modalidade e 8,33% no ensino médio em relação ao que foi alcançado no índice em 2017.
“Os professores foram os grandes responsáveis por este resultado e, vale ressaltar, neste grande concerto que é a educação, o papel dos municípios alagoanos: 94,1% deles atingiram as médias estipuladas pelo Ministério da Educação na rede pública, para os anos iniciais, o segundo melhor posicionado em todo o país, ficando atrás apenas do Ceará”, observou Guedes.
Texto de Ana Paula Lins