O magistrado e o servidor Geraldo Lucas palestraram em escola no Fernão Velho sobre a importância da família na educação das crianças
“Os pais precisam se atentar sobre a responsabilidade do exemplo que dão aos filhos, pois as crianças na maioria das vezes vão seguir. É dever dos pais apontar caminhos, tanto pelas crianças, quanto por eles mesmos”. A fala é do juiz André Geda, durante a palestra “A importância da família na educação das crianças: responsabilidade legal”.
O debate, promovido pelo Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE), foi realizado nessa quarta-feira (9), na Escola Municipal Hermínio Cardoso, no bairro do Fernão Velho, em Maceió. Além do magistrado, o evento contou com a participação de Geraldo Lucas Cardoso, servidor do Poder Judiciário.
Geraldo Lucas iniciou a palestra explicando que, nos dias atuais, o conceito de família deixou de ser apenas mãe, pai e filhos. Os modelos podem também ser: mãe/pai solo, avós, tios, madrasta/padrasto, etc. Ele frisou a importância dos responsáveis por crianças, independente do modelo de família, trabalharem a educação delas em conjunto com a escola.
“Quando se trata da educação das crianças, a escola e a família devem trabalhar juntas. Assim como o corpo humano é um conjunto de órgãos funcionando para nos manter vivos e a natureza também é um conjunto que mantém o mundo funcionando, a família e a escola devem ser na educação”, afirmou o servidor, enfatizando o ambiente escolar como um agente contribuinte no desenvolvimento de toda criança.
A palavra foi então passada ao juiz André Geda, da 10ª Vara Cível de Arapiraca, que iniciou sua fala explicando que desde a formulação da constituição de 1988, crianças e adolescentes que descumprem leis cometem atos infracionais, não crimes de fato. Ele também enfatizou a importância do exemplo familiar para evitar tais acontecimentos.
Em seguida, o magistrado explicou aos presentes a necessidade da imposição de limites quando se trata de crianças e adolescentes, de guiá-los sobre o que é certo e errado e de nunca aplicar violência como método de ensino.
“Ninguém aprende nada apanhando. Bater não resolve nada e nunca vai resolver. Se o filho errar e insistir no erro, existem formas de castigo, como tirar o celular ou outras coisas que a criança gosta, mas bater não resolve, e ainda por cima traumatiza”, disse o juiz.
André Geda também comentou a respeito de tipos de abandono que uma criança pode sofrer, como abandono intelectual, quando ela é privada de educação; abandono material, quando ela não tem acesso a pertences básicos e o mais conhecido, abandono de incapaz, quando a criança é deixada sozinha sem nenhum tipo de proteção de um adulto responsável.
Encerrando sua fala, o juiz enfatizou a importância da vacinação das crianças e também da obrigatoriedade da vacina, afirmando que é o único método cientificamente comprovado para “frear” essa pandemia.
A palestra foi muito bem recebida pelos pais e responsáveis presentes, que afirmaram ter acesso a informações que não conheciam antes das falas dos palestrantes.
“A presença dos pais aqui foi muito importante, para conhecer direitos das crianças, saber tudo o que está acontecendo. Muitas vezes, tem coisas que a gente não sabe, como os direitos e os deveres. Esse tipo de palestra esclarece muita coisa pra gente”, afirmou Edja Patrícia Alves, mãe de estudante da escola Hermínio Cardoso.
Além dos pais, a direção da escola também demonstrou gratidão ao debate e às questões levantadas. A diretora Erli Pereira disse que as orientações levadas pelo juiz e pelo servidor foram de suma importância.
“Por vezes, precisamos cumprir o papel de mãe ou pai da criança, porque eles não comparecem a esses momentos. Para mim, reunir tantas famílias foi muito prazeroso, porque elas podem ver a importância da família na vida de uma criança. Unir família e escola é garantia de uma educação de qualidade”, encerrou a diretora.
Mauricio Santana – Ascom Esmal
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