Entenda o Pacto Nacional pela Linguagem Simples, lançado pelo CNJ

Objetivo é adotar linguagem simples, direta e compreensível nas decisões judiciais e na comunicação geral com a sociedade

Taciana Giesel, secretária de Comunicação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), reforçou que o Pacto Nacional pela Linguagem Simples atende a uma demanda social.

“A simplificação da linguagem é uma demanda da sociedade e um desafio a ser superado no segmento jurídico também”, afirmou, no Encontro Nacional do Judiciário, em Salvador (BA).

Para superar o desafio que é simplificar a linguagem nos Tribunais brasileiros, é preciso ter muito apoio de magistrados também, segundo Mariana Oliveira, chefe de Comunicação do STF.

“Para produzir conteúdo simples, a gente mobiliza toda uma equipe de profissionais e conta com apoio de profissionais da área jurídica do Supremo Tribunal Federal”, pontou a jornalista.

Simplificação em segmentos da Justiça

Lançado nesta segunda-feira, o pacto consiste na adoção de ações, iniciativas e projetos a serem desenvolvidos em todos os segmentos da Justiça e em todos os graus de jurisdição.

Para tal, os tribunais devem aprimorar formas de inclusão, com uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e audiodescrição ou outras ferramentas similares, sempre que possível.

Todos os tribunais envolvidos com o Pacto assumem, avisa o CNJ, o compromisso de, sem negligenciar a boa técnica jurídica, estimular os juízes e setores técnicos a:

» Eliminar termos excessivamente formais e dispensáveis à compreensão do conteúdo a ser transmitido;

» Adotar linguagem direta e concisa nos documentos, comunicados públicos, despachos, decisões, sentenças, votos e acórdãos;

» Explicar, sempre que possível, o impacto da decisão ou julgamento na vida do cidadão;

» Utilizar versão resumida dos votos nas sessões de julgamento, sem prejuízo da juntada de versão ampliada nos processos judiciais;

» Fomentar pronunciamentos objetivos e breves nos eventos organizados pelo Poder Judiciário;

» Reformular protocolos de eventos, dispensando, sempre que possível, formalidades excessivas;

» Utilizar linguagem acessível à pessoa com deficiência (Libras, audiodescrição e outras) e respeitosa à dignidade de toda a sociedade.

Tribunais devem atuar em cinco eixos

A atuação dos tribunais será feita em cinco eixos: simplificar a linguagem de documentos; a brevidade e objetividade nas comunicações; educação e capacitação do corpo técnico; uso de ferramentas tecnológicas e parcerias institucionais.

EIXO 1 – SIMPLIFICAÇÃO DA LINGUAGEM DOS DOCUMENTOS

» Fomento ao uso de linguagem simples e direta nos documentos judiciais, sem expressões técnicas desnecessárias;

» Criação de manuais e guias para orientar os cidadãos sobre o significado das expressões técnicas indispensáveis nos textos jurídicos.

EIXO 2 – BREVIDADE NAS COMUNICAÇÕES

» Incentivo à utilização de versões resumidas de votos nas sessões de julgamento, sem prejuízo da juntada de versão ampliada nos processos judiciais;

» Incentivo à brevidade de pronunciamentos nos eventos promovidos no Poder Judiciário, com capacitação específica para comunicações orais;

» Criação de protocolos para eventos que evitem, sempre que possível, formalidades excessivas.

EIXO 3 – EDUCAÇÃO, CONSCIENTIZAÇÃO E CAPACITAÇÃO

» Formação inicial e continuada de magistrados (as) e servidores (as) para elaboração de textos em linguagem simples e acessível à sociedade em geral;

» Promoção de Campanhas de amplo alcance de conscientização sobre a importância do acesso à justiça de forma compreensível.

EIXO 4 – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

» Desenvolvimento de plataformas com interfaces intuitivas e informações claras;

» Utilização de recursos de áudio, vídeos explicativos e traduções para facilitar a compreensão dos documentos e informações do Poder Judiciário.

EIXO 5 – ARTICULAÇÃO INTERINSTITUCIONAL E SOCIAL

» Fomento da colaboração da sociedade civil, das instituições governamentais ou não, da academia, para promover a linguagem simples em documentos;

» Criação de uma rede de defesa dos direitos de acesso à justiça por meio da comunicação simples e clara;

» Compartilhamento de boas práticas e recursos de linguagem simples;

» Criação de programas de treinamento conjunto de servidores para promoção de comunicação simples, acessível e direta;

» Estabelecimento de parcerias com universidades, veículos de comunicação ou influenciadores digitais para cooperação técnica e desenvolvimento de protocolos de simplificação da linguagem.

Maikel Marques – Dicom TJAL
imprensa@tjal.jus.br

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