Bloco Vulcão da Polícia Militar comemora 89 anos de história e tradição

Desfile deste ano ocorre a partir do meio-dia do próximo domingo (23), na orla de Maceió

O tradicional Bloco Vulcão, da Polícia Militar de Alagoas, está pronto para desfilar ao meio-dia do próximo domingo (23), na orla de Maceió. Este ano, o Vulcão pretende arrastar, mais uma vez, uma multidão de foliões, com concentração a partir das 10h, no espaço Gerusa Malta, bairro da Ponta Verde, de onde parte em direção ao início da Praia de Pajuçara. Em 2025, o bloco se prepara para comemorar seus 89 anos de existência, em uma história que começou com uma conversa entre amigos, nos idos de 1936.

 

Esses amigos eram os músicos da Polícia Militar José Francelino Teixeira, Sinfrônio Marinho, José Ernesto, Isaac Galvão Cruz, Alípio Rodrigues e Natanael Azevedo. Juntos, eles compuseram, à época, a marchinha “Vulcão em Chamas”, em um período considerado a época de ouro do Carnaval alagoano, quando, sob forte influência de Pernambuco, multidões se juntavam aos músicos em desfiles de blocos carnavalescos pelas ruas.

 

Algumas coisas não mudaram, e o Bloco Vulcão segue arrastando multidões ano após ano. Para esta edição de 2025, 16 músicos da PM-AL têm intensificado os ensaios com seus instrumentos de sopro e percussão e prometem fazer a alegria dos foliões que forem conferir o desfile.

A cada ano, policiais militares, seus familiares, fãs da Banda de Música e a sociedade alagoana em geral acompanham o bloco. O efetivo militar do interior também marca presença, com a representação de blocos como o “Mandacaru” (3º Batalhão, de Arapiraca) e o “Carcará na Folia” (7º Batalhão, de Santana do Ipanema).

 

A festa é também um momento de reencontrar amigos. É o que faz um grupo de veteranos da turma do Curso de Soldados do ano de 1991, que junto a seus familiares, devidamente organizados e uniformizados, não perdem uma edição do bloco. São militares que atualmente estão na reserva remunerada, após anos de dedicação à Polícia Militar e encontram, no Vulcão, uma maneira de continuar acompanhando a história da Briosa.

 

O início e a consolidação do mais antigo bloco alagoano

 

A segurança das festividades carnavalescas nos anos 30, conforme missão constitucional, ficava sob a responsabilidade da Polícia Militar. Em virtude do trabalho, os policiais não conseguiam participar das comemorações, e uma forma de resolver essa questão foi aceitar a sugestão dos integrantes da Banda de Música e criar um bloco que desfilasse após as Festas de Momo. Estava fundado, portanto, o Bloco Vulcão da Polícia Militar.

 

Anos depois, o bloco passou a desfilar no final de semana anterior ao período carnavalesco, no tradicional Banho de Mar à Fantasia, na Avenida da Paz, arrastando multidões nas manhãs dos domingos anteriores ao carnaval. Por lá, desfilavam blocos, troças, ranchos e mascarados. Nos primeiros anos, a concentração era na Rua Santo Antônio, bairro da Ponta Grossa, na parte baixa de Maceió.

Entre 1940 e 1947, em virtude de diversas dificuldades, o Bloco Vulcão não conseguiu desfilar. Em 1958, as atividades foram suspensas mais uma vez. Em 9 de fevereiro de 1974, com a participação de 57 músicos, houve a retomada das atividades e a coordenação do Vulcão foi entregue à então denominada 5ª Seção do Estado Maior-Geral, atual Diretoria de Comunicação, que organiza os desfiles até hoje. Foi também em 74 que o Vulcão ganhou do radialista Edécio Lopes o seu novo hino, “Toque de Reunir”.

 

Com edições esporádicas, o bloco retornou em definitivo em 1990 e foi se consolidando ano após ano. Em 2016, em sua 80ª edição, o Vulcão foi homenageado durante o “Jaraguá Folia”, por ser o mais antigo bloco em atividade no estado de Alagoas.

 

Eraldo Ferraz: porta-estandarte e a “cara” do Bloco Vulcão

 

“Um carnavalesco de corpo, alma e coração”, assim se autodenomina o professor universitário Eraldo Ferraz, porta-estandarte oficial do Bloco Vulcão há mais de dez anos.

 

“O nosso Vulcão é uma mistura perfeita de música, dança, cores e alegria. Ou seja, é o carnaval na sua essência. O bloco, além de tradicional, é respeitado pela sua história e longevidade, tendo feito a alegria de milhares de pessoas ao longo dos anos”, ressalta Ferraz.

 

O professor recorda, com carinho, de cada desfile: “Lembro da sensação a cada ano, carregando aquele estandarte. Lembro da alegria e do brilho no olhar de tantas pessoas, do entusiasmo, do colorido; é uma grande honra e alegria contribuir para a trajetória de sucesso desse grande bloco pelo qual nutro tanto carinho”, completou.

 

O professor também falou sobre a expectativa para este ano e anunciou a cor da fantasia que deve vestir. “O desfile de 2025 está sendo preparado com muito carinho. Os foliões podem esperar muita alegria, brilho e a irreverência de sempre. À frente do bloco, na avenida, teremos um porta-estandarte na cor branca, pois aqui celebramos um carnaval de paz”, revelou.

Últimas camisas

 

Com quase 2.000 abadás já vendidos, essa sexta-feira (21) é o último dia para adquirir a camisa, presencialmente, na Academia de Polícia Militar (localizada à Avenida Assis Chateaubriand, no Trapiche da Barra), das 8h às 17h.

 

As vendas ocorrem na categoria de abadá social (camisa no valor de custo de R$ 20,00 + 1 kg de alimento não perecível). A arrecadação será destinada posteriormente a instituições de caridade.

 

SERVIÇO:

 

Desfile do Bloco Vulcão da Polícia Militar

Data e horário: 23/02/2025, às 12h

Local: Concentração às 10h no Espaço Gerusa Malta, na Ponta Verde

 

Venda de abadás: Academia de Polícia Militar (localizada à Avenida Assis Chateaubriand, no Trapiche da Barra), até do dia 21/02/25, das 8h às 17h.

 

Marília Morais / Ascom PM-AL

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