Mãe de duas crianças e no terceiro mês de gestação, Renata Ferreira Araújo, 18 anos, abriu o sorriso quando foi à agência da Caixa Econômica Federal, no último dia 17, em São Miguel dos Campos, e constatou que havia R$ 100 a mais na conta. O valor era proveniente da primeira parcela do Cartão CRIA, investimento do Governo de Alagoas destinado à primeira infância. “Para mim foi até uma surpresa. Eu sabia que o programa havia sido lançado, mas não imaginava que ia ser pago tão rapidamente”, comemorou.
Os depósitos foram iniciados em 11 de fevereiro, quatro dias antes da data prevista originalmente. A informação é da Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), responsável pela gestão do cartão. O recurso visa melhorar a qualidade nutricional em gestantes e crianças entre 0 e 6 anos de idade que vivem na pobreza ou extrema pobreza.
“Vai ajudar bastante para eu poder comprar as coisas para elas”, reconhece Renata. Ao lado do filho Ezequiel, 5, e da pequena Maitê Vitória, 2, a estudante planeja retornar à vida escolar com o fim da pandemia do novo coronavírus. “O meu filho mora com o pai e só fica comigo nos fins de semana. Com a vacinação, eu vou colocar Maitê numa creche para terminar os estudos”, revela.
Pensar no futuro é cuidar do presente. Eis o espírito do Programa CRIA – Criança Alagoana, iniciativa maior e mais abrangente a qual o cartão está inserido. Lançado oficialmente em 1º de fevereiro, o Cartão CRIA alcançou de maneira ágil e eficaz o objetivo da primeira fase: entregar 9 mil cartões com valor mensal de 100 reais para mães e gestantes em 101 municípios alagoanos. A meta final é atender 180 mil famílias ainda no primeiro semestre de 2021. É o maior programa de transferência de renda da história de Alagoas e o segundo maior do país.
Em Arapiraca, o amparo chega em boa hora. “As coisas aumentaram muito. Só um pacote pequeno de leite custa entre 6 e 8 reais. E não dá para passar nem três dias”, reclama Rafaela Maria dos Santos, 22 anos, que decidiu investir na compra da bebida láctea para a filha Ana Beatriz, 5. Portadora de síndrome por Zika vírus, a menina nasceu com microcefalia e paralisia. “É uma ajuda muito boa. Com os 100 reais, eu já posso comprar o leite dela”, aponta a dona de casa, segunda pessoa a receber o cartão diretamente das mãos do governador Renan Filho, durante o lançamento na cidade, no último dia 9 de fevereiro.
Calendário
A partir do próximo dia 22 de fevereiro, será a vez de Maceió iniciar o cadastramento das beneficiárias. A capital é a última a ingressar em função da capacitação das equipes que realizarão o registro nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS).
Nas demais cidades de Alagoas, os novos cadastros para crianças acometidas por síndrome decorrente de Zika vírus e gestantes já começaram. O período para inserir novas crianças entre 0 e 2 anos tem início em 1º de abril, e para crianças de até 5 anos, no dia 1º de maio.
Em março, o calendário de pagamento passará a obedecer ao Número de Identificação Social (NIS) das usuárias. “Ao dia 15 de cada mês, o pagamento será efetuado para as pessoas com numeração final 1. No dia 16, para quem tiver a numeração final 2 e assim sucessivamente”, explica Daniela Gazzaneo, superintendente de Avaliação e Gestão da Informação da Seades.
Para a gestora, a contribuição conjunta e afinada entre todos os protagonistas têm sido fundamental para o sucesso inicial do programa. “É um momento novo, vamos acertando, mas o trabalho próximo entre Estado, municípios e Caixa Econômica vem dando o suporte para que as coisas fiquem ajustadas neste começo”, comenta.
Texto de Agência Alagoas