O Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), em Maceió, recebeu, na quinta-feira (10), o certificado oficial de Centro Essencial para o Atendimento ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) na América Latina. A unidade é o primeiro hospital de Alagoas a receber a certificação.
A certidão é um reconhecimento da World Stroke Organization (WSO) e da Sociedad Ibero-Americana de Enfermedad Cerebrovascular (SIECV) de que o HMA pode implementar e monitorar estratégias prioritárias baseadas em evidências para reduzir a mortalidade e as sequelas funcionais causada pelo AVC.
A coordenadora médica da Unidade de AVC do HMA, Rebeca Teixeira, ressaltou a importância da certificação para aumentar a qualidade do tratamento aos pacientes acometidos com o derrame cerebral na América Latina. “Há alguns anos o paciente com derrame era negligenciado, mas hoje ele tem acesso ao atendimento agudo, ao tratamento reperfusional, ao cuidado por AVC e a investigação etiológica. E isso garante a redução da incapacidade, mortalidade e melhora qualidade de vida dos pacientes. Como neurologista vascular, ver essa mudança de realidade é muito gratificante e nos desafia e nos obriga a buscar a continuidade e evolução da qualidade do serviço”, disse.
Ainda segundo a coordenadora, ter o Hospital Metropolitano de Alagoas como Centro Essencial ao Tratamento do AVC, orienta o atendimento estadual de AVC por caminhos baseados em evidências. “A certificação mostra que o Estado está indo na direção certa no cuidado Pós-AVC agudo. Em sete meses de Unidade de AVC e do programa AVC Dá Sinais, já conseguimos mudar a realidade dessa doença em Alagoas. O reconhecimento é um passo essencial para garantir que o hospital continue alinhado aos padrões internacionais de atendimento, sendo uma referência no tratamento de pacientes com AVC”, ressaltou.
O diretor do HMA, o médico Marcos Ramalho, explica que a certificação é um processo fundamental para garantir que os hospitais implementem e monitorem todas as estratégias prioritárias, baseadas em evidências. “Essa semana recebemos a notificação oficial que o Hospital Metropolitano foi certificado como Centro Avançado do Atendimento ao AVC. E é com muita satisfação que a equipe multidisciplinar do Programa AVC Dá Sinais recebeu a certificação como o primeiro hospital público do Estado a ter reconhecimento World Stroke Organization. A certificação atesta a alta qualidade de gestão e assistência e isso repercute na mudança da história natural do AVC, reduzindo a mortalidade e a incapacidade”, salientou.
“O Programa AVC Dá Sinais é inovador e merece todo o reconhecimento, pois ele facilitou o acesso da população ao diagnóstico do AVC e, principalmente, ao tratamento com um tempo de resposta mais rápido. Por meio de um aplicativo de telemedicina, os médicos recebem as imagens das tomografias dos pacientes, que são encaminhadas para a equipe de neurologia especializada. Isso nunca foi visto antes. Essa certificação que recebemos é de extrema importância para o reconhecimento do trabalho que está sendo feito aqui em Alagoas”, disse o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres.
AVC Dá Sinais – O programa foi implantado no Estado no dia 23 de agosto do ano passado. Ele é pioneiro em todo o Brasil, uma vez que criou uma estratégia de cuidados voltada para os pacientes acometidos pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC). Para o programa, foram capacitados médicos, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, além do pessoal da recepção e os maqueiros, para que todos saibam identificar quais são os sinais do AVC e consigam atender o paciente com a maior celeridade possível.
O programa ampliou a rede de cuidado de AVC, com quatro hospitais de referência, todos com tomógrafo, equipe capacitada e um aplicativo que agiliza a conduta médica e a transferência do paciente para o hospital de referência mais próximo. Antes desse programa, apenas o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, possuía Unidade de AVC em Alagoas.
Agora, além do HGE, as unidades estão também situadas no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), no Hospital Regional da Mata (HRM) e no Hospital de Emergência do Agreste (HEA). Além deles, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estão aptas para receber os pacientes como porta de entrada e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) preparado para socorrer e transportar o paciente.
Ruana Padilha