O abuso de álcool e outras drogas por adolescentes é, atualmente, um grave problema social e de saúde pública. Nessa área, a questão do tratamento destaca-se como um grande desafio, porém, em Alagoas, mais de 2.760 meninos e meninas já passaram por tratamento em uma das 35 comunidades terapêuticas acolhedoras credenciadas à Rede Acolhe.
A referida rede, coordenada pela Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), conta com 35 comunidades terapêuticas acolhedoras credenciadas por meio de edital público, das quais cinco unidades são direcionadas a adolescentes, sendo três para meninos e duas para meninas.
Segundo o psicólogo especialista em dependência química da Seprev, Júnior Amaranto, é muito importante iniciar o tratamento ainda na adolescência, assim que o problema é percebido. “Vale lembrar que a dependência química é uma doença crônica, assim como a diabetes e a hipertensão, além de ser totalmente progressiva, por isso, alertamos sempre que, quando for percebida, o dependente químico deve procurar o tratamento de imediato”, disse.
No total, a Rede Acolhe dispõe de 750 vagas financiadas pelo Governo de Alagoas, das quais 95 são para meninos e meninas de 12 a 17 anos.
Exemplos de recomeço
Ester Medeiros, hoje com 18 anos, foi uma das meninas acolhidas para tratamento da dependência química. Ela conta que, ao conhecer a Comunidade Acolhedora Paz em Cristo, em Marechal Deodoro, sua vida tomou um novo rumo.
“Eu entrei para o mundo das drogas por influência dos meus pais, que também são dependentes químicos. Vendi minha infância para as drogas e para a prostituição. Em 2019, conheci a comunidade e iniciei meu tratamento. Graças a Deus e à equipe da comunidade hoje estou limpa e com pensamentos centrados para apreciar a vida sem as drogas”, declara Ester, ao afirmar que hoje passou a ajudar meninas como ela, que tiveram a vida devastada pelas drogas.
Outra adolescente beneficiada pelos serviços gratuitos de acolhimento voluntário da Rede Acolhe é a M.B.S, de apenas 12 anos, que está acolhida tratando da dependência química na Comunidade Instituto Lar da Vida. Ela conta que sua vida antes de conhecer a comunidade era sem controle. “Eu não sabia o que era estar em si. Só que agora eu sei. Agora eu vejo o lado bom da vida, tenho noção dos meus deveres enquanto adolescente”, declarou.
Quem tiver interesse em buscar tratamento voluntário em uma das comunidades acolhedoras credenciadas ao Governo de Alagoas pode procurar um dos três Centros de Acolhimento, em Maceió, Arapiraca ou Santana do Ipanema, ou agendar uma visita dos Anjos da Paz pelo número 0800.280.9390.
Texto de Victor Brasil