Saúde mental: cuidados com a exposição excessiva nas redes sociais

É preciso pensar em um equilíbrio para não ter uma exposição excessiva nas redes sociais e acabar se negligenciando como ser humano

Todo mundo tem aquela curiosidade para saber o que aquele artista ou influencer faz durante o seu dia. Por conta disso, cada vez mais os profissionais da internet mostram sua intimidade. Mas até que ponto essa exposição excessiva nas redes sociais pode ser prejudicial?

O assunto veio à tona recentemente, depois que o influenciador conhecido como “Luva de Pedreiro”, famoso por vídeos do TikTok em que aparece jogando futebol com amigos, apagou os vídeos de suas redes sociais e anunciou uma pausa na carreira, dizendo que queria “viver a sua vida”. Outros influenciadores anunciaram a mesma intenção, alegando estar com a saúde mental esgotada.

É necessário ter cautela sobre as ações, principalmente, quando elas ressoam na saúde mental. Para a psicóloga e professora Marcela Teti, do curso de Psicologia da Faculdade São Luís de França (FSLF), é importante lembrar que as redes sociais são locais públicos e ainda que fique no ar 24h por dia, seus usuários são humanos e precisam se cuidar para viver bem.

“A rede social e a internet fazem parte da vida virtual. Seu perfil não é a casa que você mora ou a cama que você dorme. Nós ainda não somos 100% máquinas, logo, você precisa cultivar suas relações com as pessoas que fazem parte do seu cotidiano. A superexposição à internet, faz negligenciar o ser humano que você é e isso é ruim”, afirma Teti.

Para manter a saúde, deve-se pensar que essas plataformas digitais foram criadas para aproximar pessoas. “A sociedade conectada é um efeito da evolução da própria sociedade. Não foi o resultado do desejo de alguém escondido que tramou algo para prejudicar a todos, mas sim o reflexo de uma civilização que cada vez mais se complexifica para atender suas próprias necessidades. Assim, as redes sociais digitais e a própria internet não são um monstro contra o qual lutar. São fatos e instrumentos a partir dos quais a sociedade funciona”, explica a psicóloga.

Marcela enumera algumas dicas de como ter uma presença no mundo virtual sem que seja nocivo. “Não devemos divulgar um serviço falso. Não acreditar que a imagem divulgada é a sua imagem pessoal, é importante lembrar que a persona da rede social é uma persona pública, não é você enquanto pessoa. Não se deixar levar pelo afã da fama de ter seguidores e achar que só isso é sinônimo de qualidade profissional”, destaca.

A ajuda especializada de um profissional de saúde mental é recomendada para os casos mais sensíveis que envolvam essa exposição. Para a professora, as redes sociais não podem ser utilizadas como “meio de fuga” da realidade. “Se você percebe que usa as redes sociais e a internet por dependência emocional, porque a vida real é ruim demais para você, sugiro que procure ajuda profissional para que possa se reorganizar e se cuidar. A internet é um instrumento para facilitar sua vida, não é a negação da sua existência. Logo, uma psicóloga ou um psiquiatra podem ajudar a se equilibrar emocionalmente e quem sabe te orientar a realizar as mudanças na sua vida pessoal de modo que volte a sentir felicidade e satisfação cotidianamente”, conclui Marcela Teti.

Ascom GT

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