Fonte : : Wikipédia
Pindura é uma expressão popular que faz referência ao ato de comprar fiado, ou seja, para pagar depois.
A origem da expressão vem do fato de que, nas antigas casas comerciais (tabernas, mercearias, farmácias, dentre outros, existia um prego onde o comerciante colocava as contas dos fregueses que pediam para pagar depois. Quando o freguês retornava para pagar ele pegava os papéis do prego, somava e cobrava.
Hoje existe também um sinônimo para esta expressão que é o colocar no prego.
Grafia
A grafia certa é pendura e não pindura, isso ocorre devido a confusão que há em algumas regiões do Brasil. Pois na escrita correta, pendura, é a ação ou efeito de pendurar, dependurar; objeto ou conjunto de objetos pendurados. Pelo fato de ser regional, não há como caracterizar gíria, pois expressões regionais são caracteríscas locais e não que possam ser usadas em qualquer lugar na forma popular ou da gíria.
Em Moçambique é aquele que, sem ser convidado ou possuir ingresso, entra em festas, reuniões etc. No Brasil é conhecido como penetra.
A pronúncia pindura fica por conta dos sotaques de algumas regiões brasileiras, em que o e é pronunciado como i, tal e qual ocorre com o inglê. Alguns exemplos do e trocado por i no Brasil: futebol, por futibol; beata por biata; tear por tiar e outros.
Origem
No Brasil, os alunos da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo) têm o costume de, no dia 11 de agosto, comemorar o aniversário de sua faculdade em algum restaurante de grande porte na cidade, e sair sem pagar pela refeição. Esse costume é comemorado no dia 11 de agosto que é a data em que se comemora o aniversário da criação dos primeiros cursos superiores do Brasil de Direito em 1827, pelo Imperador D. Pedro I instituído através de Decreto, a Faculdade de Direito em São Paulo, e, poucos dias depois, em Olinda.
Principalmente em São Paulo, os estudantes eram provenientes da elite, que antes se via obrigada a enviar os mancebos à Europa para que pudessem cursar ensino superior. Nas primeiras décadas da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, os donos de restaurantes da região ofereciam, nesse dia, e em homenagem à importância e grandeza da Faculdade, refeições gratuitas aos estudantes. A tradição foi estendida, de modo não tão pacífico, e ampliada, sendo que atualmente, estudantes de direito de outras faculdades também praticam o Pindura.
Reza a tradição que os acadêmicos comam neste dia e, ao fim da refeição, o mais eloqüente, de preferência um formando, coloque-se em pé profira um belo discurso de elogio aos garçons e a casa. Exalta-se, então que o local é um distinto ambiente, condigno de receber os bacharéis de Direito. Após o discurso, como um gesto de gratidão pelos elogios tecidos, o dono do restaurante aguardaria a gaduação, quando o já advogado voltaria ao estabelecimento para pagar a sua dívida.
Porém esta tradição acabou caindo no esquecimento pelos estudantes do Largo de São Francisco, mas na década de 40 do século passado os estudantes da Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo recuperaram esta tradição secular e, graças à estes últimos, o Pindura é perpetuado até hoje.
Há proprietários de restaurantes, porém, que não aceitam tal tradição, e diante de tal situação acabam iniciando conflitos com os estudantes, recorrendo, muitas vezes, à polícia. Porém, tais conflitos – na maioria dos casos – acabam por não ter conseqüências maiores, dado que delegados, promotores e juízes, todos de carreira jurídica, estão familiarizados com a própria tradição, e também com a jurisprudência, que em grande parte das vezes põe-se a favor dos estudantes.
O acordo que costuma prosprar é o de que pagamento das bebidas e da taxa de serviço (10%), assim o “prejuízo” seria apenas com a alimentação.