Abertura da campanha “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher” incluiu exposição de arte, documentário e apresentação musical.
Cerca de 80 estudantes do ensino médio, com idades entre 16 e 17 anos, participaram, nesta quinta-feira (21), da palestra de abertura da campanha “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”. A iniciativa foi promovida pela Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), em parceria com o Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE), no auditório do Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa).
Os participantes eram alunos do segundo ano das escolas estaduais Professor José da Silveira Camerino e Princesa Isabel. A juíza Eliana Machado, coordenadora da Mulher do TJAL, e as magistradas Lívia Mattos e Nathália Castro conduziram o evento.
Eliana Machado destacou a importância de sensibilizar os jovens sobre o combate à violência de gênero. “Todos nós, como seres humanos, merecemos viver sem violência. É essencial compreender que só evoluiremos enquanto sociedade quando todos forem tratados de forma digna”, afirmou.
Cultura, arte e conscientização
O evento contou com a apresentação da cantora Negra Cinthia, que compartilhou sua vivência como mãe solo e mulher negra, além de interpretar a música “Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares. A canção exalta a resistência feminina, especialmente das mulheres negras.
Além disso, houve a exposição de quadros produzidos por alunos das escolas estaduais Gilvânia Ataíde Cavalcante Cabral, Dr. José Correia das Neves e Guiomar de Almeida, participantes do projeto “Não nos Mate”. A iniciativa utiliza a arte para conscientizar sobre a violência doméstica e promover a igualdade de gênero.
Documentário aborda a história de uma sobrevivente da violência de gênero
Num dos momentos mais sensíveis do evento, foi exibido o documentário “Claudinete”, que retrata a história de Claudinete Araújo, vítima de violência doméstica. Após sofrer um empurrão do marido e bater a cabeça no meio-fio, Claudinete ficou paraplégica e hoje depende dos cuidados da mãe, Rosinete Araújo.
A professora Luciana Luz, idealizadora do projeto “Não nos Mate”, explicou a relevância da iniciativa. “Nosso objetivo é evitar que casos como o de Claudinete se repitam, combatendo a naturalização da violência contra a mulher”, disse.
Luciana Luz atua na Escola Gilvânia Ataíde e desenvolve a ação com o Grupo de Pesquisa Histórica Interdisciplinar Luiz Sávio de Almeida (G.PHILSA) e com o apoio do Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa).
Campanha “21 Dias de Ativismo”
A campanha, promovida anualmente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), começou no dia 20 de novembro e busca conscientizar e combater a violência de gênero praticada contra mulheres e meninas, com a contextualização das suas vulnerabilidades pela prevenção e eliminação dos diversos tipos de agressão contra elas.
Filipe Norberto – Ascom/Esmal