Quando foi lançado no clássico CSA e CRB, Joãozinho Paulista surgia como uma verdadeira fera em campo. Ele reunia condições para formar entre os grandes artilheiros do futebol alagoano. Nada lhe parecia faltar. 19 anos, corpo com 1,80 metro e 76 quilos e o talento de um futuro artilheiro que deixou a defesa do CSA tonta em seus três primeiros jogos. Foram seis gols em três partidas e muita gente lhe atribuiu a responsabilidade direta da conquista do titulo de campeão alagoano pelo CRB naquele ano de 1976.
Na verdade, os gols assinalados contra o CSA foram o inicio de uma carreira de sucesso por um piracicabano emprestado pelo XV de Novembro e que chegou a Maceió como um ilustre desconhecido. À primeira vista um poderoso candidato ao ostracismo e a um eterno reserva, pesadelos que o levaram a sonhar seguidamente em voltar a sua terá. Mas soube aproveitar a chance que lhe deram e fazer seu nome com letras de ouro na história do futebol alagoano.
Na decisão do segundo turno do campeonato alagoano de 1976, o CRB venceu o CSA por 3×2 com três gols de Joãozinho Paulista. Na decisão do terceiro turno, o CRB voltou a ganhar do CSA por 1×0, gol de Joãozinho. E na decisão do campeonato, o CSA virou o primeiro tempo vencendo por 1×0. Na segunda etapa não deu outra coisa; dois gols de Joãozinho Paulista deram o titulo de campeão do CRB.
Não foram, porém as redes do CSA que serviram como elementos consagradores para a força do seu futebol. Dos 68 gols marcados pelo seu clube em todo o campeonato, 20 foram do Joãozinho, o suficiente para transforma-lo no artilheiro da competição e o maior ídolo da torcida do CRB.
De família pobre, filho de feirante, depois do campeonato, Joãozinho voltou para São Paulo e levou 6.500 cruzeiros para seus pais. O caipira paulista gostou tanto de Maceió que ficou por aqui. Casou, constituiu família e é um dos personagens mais queridos do esporte alagoano. Para ele o seu sucesso tem que ser dividido com o treinador Jorge Vasconcelos. Foi o Jorge quem procurou, com muita paciência, corrigir seus defeitos e deu a grande oportunidade de ser titular no CRB.
Por Lauthenay Perdigão