Um dos casos mais polêmicos da história do futebol alagoano aconteceu no campeonato de 1971. Um campeonato disputado em três turnos e um super turno. O São Domingos ganhou o primeiro. O CSA venceu o segundo. O CRB conquistou o terceiro. No super turno, os resultados foram os seguintes:
CSA 2 x São Domingos 1
CSA 1 x CRB 1
São Domingos 1 x CRB O
Este último resultado dava ao CSA o titulo de campeão da temporada de 1971. A torcida chegou a comemorar o titulo de campeão. Os atletas vibraram com a conquista. Os dirigentes sentiram o primeiro titulo no Trapalhão. Mas, no submundo do futebol tudo pode acontecer. E aconteceu. O CRB protestou o jogo contra o São Domingos e, o resultado ficou para ser decidido nos tribunais. A alegação alvi rubra era de que o atleta Gabriel havia jogado de maneira irregular. Por mais de um ano, advogados do CSA e CRB percorreram os tribunais esportivos. Ganhando e perdendo os dois clubes lutavam fora do gramado. Brigavam no tapetão. O São Domingos armou a confusão e saiu de perto.
Na época, se comentou que dirigentes do CRB haviam procurado os colegas do São Domingos para acertarem o resultado da partida antes mesmo do seu inicio. O São Domingos estava fora do páreo. O CRB precisava ganhar para decidir o titulo com o CSA. Valia um tri campeonato. Os dirigentes do São Domingos não aceitaram a oferta, mas deixaram a porta aberta. O clube da pajuçara deveria fazer tudo para ganhar. Se isso não acontecesse, o Domingão lançaria o jogador Gabriel. Ele estava suspenso e sem condições de jogo. O resto era com o CRB. Tudo isso teria sido acertado em almoço no Restaurante Galo de Campina. E realmente aconteceu. O São Domingos vencia de 1×0 e, no final da partida colocou Gabriel em campo.
Houve três julgamentos. No Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Alagoana de Desportos, o CRB ganhou por 5×2. No Superior Tribunal da Confederação Brasileira de Desportos, o CSA venceu também por 5×2. No Conselho Regional de Desportos, o clube da pajuçara voltou a ganhar. O recurso no CND foi julgado no dia 12 de dezembro de 1972. O clube azulino ainda tentou a justiça comum. Como o julgamento, certamente, iria demorar muito, entrou em cêna Cleto Marques Luz. Em janeiro de 1973, ele assumiu a presidência da Fedração Alagoana de Desportos. Sua primeira providência foi resolver a pendência do campeonato de 1971. Se reuniu com os dirigentes dos dois clubes e, convenceu aos azulinos desistirem da ação na justiça comun. Todos assinaram um acordo e, no dia 9 de março, programou para o dia 15 do mesmo mês o inicio da melhor de três que iria decidir o campeonato. Antes, azulinos e alvi rubro assinaram um documento permitindo utilizar jogadores contratados em 1973. O regulamento mandava que, na decisão, fossem utilizados atletas com vinculo no ano da disputa do campeonato, ou seja, 1971. Como isso não era possível, houve um acordo de cavalheiros. Antes da assinatura, a Federação chegou a consultar a Confederação sobre o assunto.
O CRB com um grande time. Um plantel que havia conquistado o campeonato de 1972. O CSA com um time renovado e cheio de juvenis recém promovidos. Assim, os regateanos era os grandes favoritos. Um detalhe. O ponteiro Silva tinha vestido a camisa do CSA no campeonato de 1971. Em 1973 estava de volta ao CRB. Portanto, qualquer que fosse o resultado ele seria campeão daquele ano. A melhor de três teve os seguintes resultados:
15.03.1973 – CSA 0 x CRB 0
18.03.1973 – CSA 1 x CRB 0
– Gol de Giraldo
21.03.1973 – CRB 1 x CSA 0
– Gol de Capeta
25.03.1973 – CSA 3 x CRB 2
Tempo regulamentar: 1×1 – Gols de Soareste(CSA). Carlinhos (CRB)
Prorrogação: CSA 2×1 – Gols de Giraldo e Beto (CSA). Reinaldo (CRB)
Os jogadores que ganharam o campeonato em 1971 foram os seguintes:
Zé Luiz. Valter. Paranhos. Ditão. Lourival. Dudu. Ciro. Manoelzinho. Zito. Ricardo. Rafael. Fernando Carlos. Silva. Irecê. Zé Raimundo. Caroço. Soareste. Rubens e Alderico.
Os heróis que reconquistaram o titulo em 1973 são:
Dida. Mendes. Bibiu. Zé Preta. Jaminho. Joãozinho. Dudu. Soareste. Fernando Carlos. Beto. Batoré. Giraldo., Misso. Manoelzinho. Gilvam. Adeildo e Otávio.
Fonte : www.museudosesportes.com.br