Histórias do futebol : CSA 4 x3 Campo Grande, o jogo da virada

 

Em pé: Joceli, Ademir, Jerônimo, Fernando, Zezinho Flavio e Jorge Cabral (preparador físico). Agachados: Américo, Jorginho, Freitas, Romel e Mug.
Em pé: Joceli, Ademir, Jerônimo, Fernando, Zezinho Flavio e Jorge Cabral (preparador físico). Agachados: Américo, Jorginho, Freitas, Romel e Mug.

A decisão da Taça de Prata de 1982 foi entre CSA e Campo Grande do Rio de Janeiro. A primeira partida foi no Estádio Rei Pelé no dia 11 de abril. Foi uma das mais sensacionais partidas já realizadas em Maceió. Foi o jogo da virada. A grande vitória de Romel.

Um jogo cheio de grandes lances e a movimentação do marcador mexeu com os nervos da torcida azulina. O CSA começou bem, atacando com velocidade e explorando o lado direito do Campo Grande. Foi assim que o clube azulina chegou ao primeiro gol. Romel lançou Américo em profundidade que foi derrubado na entrada da área. O mesmo Romel cobrou de forma sensacional e abriu a contagem. A partir dos trinta minutos, o Campo Grande passou a dominar a partida e o CSA ficou sem saber o que fazer. O zagueiro Jerônimo começou a fazer bobagens. Fez um gol contra aos trinta e oito minutos. Perdeu a bola na entrada da área e permitiu que o Campo Grande marcasse seu segundo gol, e logo depois os cariocas ampliaram para três a um. Este foi o marcador do primeiro tempo. Os azulinos estavam abatidos, dominados e sem nenhuma chance de reagir.

Uma conversa no intervalo, entre o técnico Tadeu e jogadores, permitiu que todos sentissem vergonha do papelão que estavam fazendo. As dificuldades eram grandes. Mesmo assim, o CSA voltou animado com o inicio do segundo tempo. Com técnica, raça e uma atuação excepcional de Romel, as coisas começaram a clarear. Zé Carlos entrou no lugar de Freitas e Dentinho substituiu Américo. Duas substituições que mudaram o panorama da partida.

A reação começou aos vinte três minutos. Dentinho sofreu uma falta perto da área. Romel cobrou com categoria: 3×2. Os azulinos jogavam bem, dominavam e os cariocas procuravam manter o resultado. Mais cinco minutos e novamente Dentinho foi derrubado dentro da área. E na área é penalti. O grande nome do jogo, Romel, perdeu a penalidade máxima. Chutou como não sabia chutar e o goleiro Ronaldo defendeu. O jogo seguiu com o CSA procurando o empate. E ele veio numa bola lançada por Zezinho para a área adversária. Romel dominou e com um leve toque deslocou o goleiro carioca. O Campo Grande achava que o empate ainda era bom. O CSA queria mais. O tempo passava. As oportunidades surgiam e o gol da vitória não chegava. Jorginho se contundiu e teve que sair de campo. O treinador Tadeu José da Costa Lima já tinha feita as duas substituições e o CSA ficou com menos um. Aos trinta e sete minutos uma falta em Dentinho, na entrada da área, criou um pequeno tumulto que culminou com a expulsão do zagueiro Jeronimo. O CSA passava a jogar com nove jogadores. Na cobrança, Ademir tocou para Romel que chutou na barreira. A bola subiu e quando desceu bateu no travessão e voltou para onde estava Zé Carlos, que de cabeça, mandou para as redes do Campo Grande. Estava sacramentada a vitória do CSA. A torcida começou a fazer o carnaval. Poucos acreditavam no que via. A virada de 1×3 para 4×3 estava estampada no Rei Pelé. Logo depois do gol, Dentinho fez falta violenta e foi expulso. Com oito jogadores foi um sufoco para garantir o marcador. No final a festa foi total. Um carnaval em pleno mês de abril. Pelo menos, naquela tarde, os azulinos se sentiram campeões da Taça de Prata.

O time do Centro Sportivo Alagoano que venceu o Campo Grande formou com Joceli. Flávio. Jeronimo. Fernando e Zezinho. Ademir. Jorginho e Romel. Americo (Dentinho). Freitas (Zé Carlos) e Mug.

 

Fonte : www.museudosesportes.com.br

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