Historias do futebol : Alagoas no último brasileiro de seleções – 1962

Em pé: Botinha, Zé Luiz, Pelopidas, Boleado, Aguiar e Jernan. Agachados: Bernadino, Corino, Clóvis, Paulo Nylon e Amancio.
Em pé: Botinha, Zé Luiz, Pelopidas, Boleado, Aguiar e Jernan. Agachados: Bernadino, Corino, Clóvis, Paulo Nylon e Amancio.

Uma das coisas boas que já existiram no futebol brasileiro, era a disputa do Campeonato anual de Seleções. Uma disputa que arrastava multidões e que movimentava a rivalidade esportiva entre todos os centros esportivos do país. Um campeonato atraente, apesar de que, para o futebol alagoano, não era muito bom, esbarrando sempre nas seleções do Norte/Nordeste. Nas últimas disputa, entretanto, Alagoas já começava a ter bons resultados e sonhava em ter vôos mais altos.

Então, a CBD resolveu acabar com a grande competição. Em seu lugar surgiu a Taça Brasil. Hoje, a CBF quer acabar com os campeonatos Estaduais. Em seu lugar querem colocar um campeonato brasileiro mais longo. Um brasileiro que não conta com todos os campeões do Brasil.

Mas voltemos ao ano de 1962, quando acabaram com o campeonato de seleções.

Naquele ano Alagoas tomou parte na competição, eliminando Sergipe e parando no Ceará. Naquela época, o Capelense era a grande força no futebol alagoano, que tinha como treinador o jovem Claudinho Pacheco, um ex ídolo do futebol nordestino. Com um trabalho firme e objetivo, Claudinho levou o Capelense a conquista do titulo alagoano de 1962. Por isso, foi indicado para ser treinador da seleção alagoana. Formou um time raçudo, coeso. veloz e ofensivo.

A estréia foi no dia 15 de novembro contra a seleção sergipana no campo do mutange, em Maceió. Com arbitragem do paraibano Nilson Bento Oliveira, Alagoas venceu por 1×0, gol de Botinha. O time alagoano formou com Pelopidas. Aguiar. Zé Luiz. Boleado e Jernan. Botinha e Paulo Nylon. Bernardino. Corino. Clóvis e Zé Amâncio. Os sergipanos com Gilton (Nivaldo). Didi. Taratí. Brasialiano e Piloto. Debinha e Calango. Nilson. Jorgival. Tomás, Rinaldo e Zé Alvino. Três dias depois, em Aracajú, aconteceu o segundo jogo. O zero a zero deu a classificação aos alagoanos. Os times foram praticamente os mesmos no primeiro jogo.
No time alagoano, Claudinho trocou Pelopidas por Geraldo e Zé Amâncio por Airton.

Classificados os alagoanos enfrentaram os cearenses. Primeiro jogo, no mutange, em Maceió. O resultado foi de 1×1 com gols de Airton para Alagoas e Mozar para o Ceará. Claudinho escalou a mesma equipe do segundo jogo contra os sergipanos. O Ceará jogou com Aloisio. Mesquita. Alexandre. Evandro e Renato. Toinho e Charuto. Nagib (Mozar). Haroldo. Gildo e Expedito. O segundo jogo foi realizado em Fortaleza. A delegação alagoana teve problemas. O avião que transportava nossa delegação ficou retido em Recife e os jogadores tiveram que pernoitar na capital pernambucana. Em principio, funcionários da companhia de aviação queriam que os alagoanos dormissem no aeroporto. Não aceitamos e os jogadores somente foram para o Hotel depois das 22 horas. Foram nove horas de espera no aeroporto. No dia seguinte, o avião deveria voar para Fortaleza as seis da manhã. As cinco e meia a delegação já estava pronta para embarcar. Houve novo adiamento, e os alagoanos saíram do Recife as dez horas para jogar às 9 horas da noite contra o Ceará. Sem condições físicas, Alagoas perdeu por 3×0, no estádio Presidente Vargas, com gols de Gildo dois e Heraldo.

Era o fim de um campeonato atraente que lotava os estádios, e que a CBD, intransigentemente, extinguia. Emoção como aquelas, nunca mais.

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