Histórias do futebol : Alagoas e Sergipe, jogo de 163 minutos – 1952

Castanha foi um jogador que mostrava sua importância para o clube que defendia quando estava em campo. Jogou no Auto Esporte e no CRB. Mesmo sem ser famoso, e sempre contribuindo para o melhor desempenho do seu time, Castanha foi convocado para a seleção alagoana que disputou o campeonato brasileiro de seleções em 1952.Era modesto mas eficiente. Daqueles jogadores que trabalham para o time e é pouco observado.
Castanha foi um jogador que mostrava sua importância para o clube que defendia quando estava em campo. Jogou no Auto Esporte e no CRB. Mesmo sem ser famoso, e sempre contribuindo para o melhor desempenho do seu time, Castanha foi convocado para a seleção alagoana que disputou o campeonato brasileiro de seleções em 1952.Era modesto mas eficiente. Daqueles jogadores que trabalham para o time e é pouco observado.

Alagoas 3 x Sergipe 1

 É importante recordar os jogos inesquecíveis, porque é sempre bom manter o fogo deste futebol fabuloso, que causa briga, desgosta, divide, mas também une e faz amigos.

Nunca uma torcida sofreu tanto como aquela que compareceu ao estádio do mutange no dia 23 de março de 1952. Os sergipanos haviam vencido o primeiro jogo em Aracajú. Precisavam apenas de um empate para se classificar. Alagoas tinha que lutar por duas vitórias. Uma no tempo regulamentar e outra na prorrogação. Impulsionado pela grande e entusiástica torcida os alagoanos pressionavam a meta sergipana. Entretanto, num rápido contra ataque os visitantes abriram a contagem. Bequinho aproveitou um cochilo da defesa alagoana e abriu a contagem aos treze minutos do primeiro tempo.

Atordoados, os alagoanos permitiram que o jogo ficasse equilibrado. Mas, num jogada sensacional de Cão pela direita, veio um cruzamento e uma cabeçada de Laxinha para empatar a partida. Com 1×1 terminou o primeiro tempo.

Na segunda etapa, logo aos quinze minutos, Claudinho aplicou uma maravilhosa bicicleta. A bola bateu na trave e, no rebote, Dida aproveitou para marcar o segundo dos alagoanos. A torcida vibrou nas arquibancadas e os jogadores dentro do campo. Sentindo que poderiam ganhar o jogo, e que seria necessária uma prorrogação, os alagoanos começaram a se poupar. Com isso, os sergipanos partiram para o ataque e transformaram o goleiro Bandeira na principal figura do jogo. Ele demonstrou toda sua habilidade, arrojo, boa colocação e muita experiência. O tempo regulamentar terminou com Alagoas vencendo por 2×1.

A primeira prorrogação de trinta minutos terminou em zero a zero. A segunda prorrogação, também de trinta minutos, outro zero a zero. A terceira prorrogação seria de quinze minutos, ou quem fizesse o gol, seria o classificado. E foi o que aconteceu. Aos treze minutos, uma escapada do ponteiro Cão pela direita, repetiu o lance do primeiro gol alagoano. Cão fez o cruzamento e Laxinha mergulhou para fazer o gol de ouro. Foi a bola bater nas redes de Zé de Gemi e o arbitro Luiz Zago terminar a partida. A torcida invadiu o campo para abraçar seus jogadores que estava extenuados. Correram 163 minutos e quase não tinham forças para comemorar. Foi um carnaval festejado pela torcida. Depois de uma partida cheia de emoções, sofrida em todo seu transcorrer, não poderia ser diferente o desabafo dos torcedores. Cabe aqui, também, aplausos aos sergipanos que souberam perder sem usar a violência. Além do goleiro Bandeira, se destacaram na equipe alagoana Dida e Claudinho.

Detalhes do jogo.

Dia 23 de março de 1952

Estádio do Mutange

Tempo regulamentar: Alagoas 2 x Sergipe 1

Gols de Bequinho (Sergipe). Laxinha e Dida (Alagoas)

Primeira prorrogação: 0x0

Segunda prorrogação: 0x0

Terceira prorrogação: Alagoas 1×0 – gol de Laxinha

Juiz: Luiz Zago (Pernambucano)

Alagoas: Bandeira. Cacau e Paulo Mendes. Castanha. Dengoso e Cabelão. Cão. Dida. Laxinha. Claudinho e Milton Mongôlo.

Sergipe: Zé de Gemi. Everaldo e ABC. Jaime. Quixabeira e Augusto. Nenem. Dunga. Bequinho. Walter e Essinho.

 www.museudosesportes.com.br

Deixe um comentário