História do futebol : A briga de brasileiros e uruguaios em 1959

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Fonte : Jornal Tribuna de Imprensa

      

No meio dos jogadores apareceu Didi com um pulo voador para cair em cima dos uruguaios.

No sul-americano de 1959, disputado em Buenos Ayres, o Brasil era campeão mundial e apontado como o dono do melhor futebol do mundo, os jogadores não resistiram as provocações dos uruguaios e, no estádio Monumental de Nunez, revidaram violentamente as agressões, ultrapassando em muito qualquer expectativa.

Na partida contra o Uruguai, que teve dois conflitos generalizados, a seleção brasileira ainda teve o gosto especial de vencer por 3×1, três gols de Paulinho Valentin, depois de perder o primeiro tempo por 1×0. O Brasil não foi campeão porque, na decisão empatou com a Argentina em 1×1, resultado que deu o titulo aos donos da casa. Em compensação, nunca mais os uruguaios botaram banca contra os brasileiros.

Naquela noite o Brasil precisava vencer de qualquer maneira. Feola colocou em campo Castilho. Djalma Santos. Belini. Orlando e Coronel. Formiga e Didi. Garrincha. Almir. Pelé e Chinezinho. Os uruguaios jogavam com Leivas. Silveira e William Martinez. Davoine. Gonçalves e Mejia. Borges. De Marco. Douksas. Sasia e Escalada. O jogo começou difícil, com jogadas ríspidas de lado a lado e com ataques esporádicos. Por volta dos trinta minutos, uma bola é lançada na área uruguaia. Almir saltou com Leivas e William Martinez e, na queda, pisou o estômago do goleiro uruguaio. Pelé correu e abriu os braços para mostrar ao juiz que nada havia acontecido, não tirando o olho do que fazia Almir, jogador de gênio explosivo.

Aí começou o tumulto: por trás, inesperadamente, Gonçalves e Davoine chutaram Pelé, que revidou. Neste momento, William Martinez partiu em direção a Pelé, mas foi derrubado por Mário Américo. Caído no chão, atracado com o massagista brasileiro, Martinez foi chutado por Pelé e Coronel. Com o conflito generalizado, Gonçalves saiu a caça de Chinezinho. No meio do caminho, porém, teve a má sorte de enfrentar Paulinho Valentin que saíra do banco de reservas. Paulinho deu um soco violentíssimo que derrubou Gonçalves. Belini teve o ombro deslocado. Castilho um corte no supercílio e Orlando perdeu dois dentes.

Quando a policia argentina conseguiu separar os brigões, o juiz chileno Carlos Robles expulsou Almir e Orlando do Brasil, Davoine e Gonçalves do Uruguai. Com nove jogadores de cada lado, o jogo ficou mais difícil. Mas. aos 36 minutos, Escalado abriu a contagem para os uruguaios. No segundo tempo, Vicente Feola resolveu arriscar. No lugar de Castilho que ainda estava tonto, colocou Gilmar. Trocou Coronel por Paulinho Valentin com a função de jogar na área, e tirou Garrincha colocando Dorval. O resultado foi fulminante. Paulinho empatou aos 17, fez o segundo aos 37 e ainda marcou o terceiro aos 44 minutos dando a vitória ao Brasil no peito e na raça.

Assim que Carlos Robles apitou o final do jogo, um grupo de jogadores uruguaios cercou Belini no centro do campo. Sasia estendeu a mão para Belini, prometendo cumprimenta-lo. O capitão do Brasil deu a mão direita e Sasia com a mão esquerda acertou-lhe um tremendo soco no rosto. Mas não teve jeito de fugir, surgindo, não se sabe de onde, Didi apareceu voando e caiu de pés juntos em cima do uruguaio. E começou tudo de novo. Mais socos, pontapés e dentes quebrados. Com a nova intervenção da policia, finalmente, brasileiros e uruguaios se separaram e foram para os vestiários. Assim, terminou aquilo que foi chamada “A Batalha do Rio da Prata”.

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