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James Ribeiro acompanha trabalho de recuperação de nascentes em Palmeira
Na última sexta-feira (12), o prefeito de Palmeira dos Índios, James Ribeiro (PSDB), foi vistoriar os trabalhos de recuperação de nascentes que vêm sendo realizados em diversos pontos do município. James esteve acompanhado do secretário municipal de Agricultura, Luciano Monteiro; da geógrafa da Uneal, professora Josefa Adriana; além de técnicos da secretaria de Agricultura e da Cooperativa Agropecuária de Palmeira dos Índios (Carpil).
Na oportunidade, o grupo visitou algumas nascentes da zona rural, incluindo o povoado Amaro, onde foram entregues caixas d’água, mangueiras, fiação, bomba de captação hidráulica e outras ferramentas necessárias para a distribuição da água tratada, captada na nascente que serve aquela comunidade. O material foi uma doação do governo do Estado.
O projeto funciona da seguinte forma: os técnicos, assim que localizam a nascente, realizam um trabalho de limpeza em todo o seu redor, colocando pedras em volta do olho d’água. Em seguida, a área é coberta por uma lona envolvida por terra o que, visualmente, caracteriza que a nascente foi aterrada. Protegida de inimigos externos como fezes de animais, componentes químicos e do caramujo transmissor da equistossomose, canos de PVC são colocados por baixo desta lona para dar vazão a água saída da nascente. Parte dela segue o curso normal, que levam até os rios, enquanto outra parte é direcionada até uma bomba, que puxa a água para uma caixa d’água, construída próxima a comunidade.
Em Palmeira dos Índios, o programa de recuperação de nascentes foi denominado Sombra e Água Viva, inspirado no projeto Água Viva, lançado no Estado do Paraná pela Cooperativa Agropecuária de Cascavel (Coopavel). Em Alagoas, o projeto foi implantado pelo presidente da Carpil e secretário do município, Luciano Monteiro. No município, o projeto é coordenado pelas secretarias de Agricultura e Meio Ambiente. Até o momento, já foram recuperadas 17 nascentes no município.
Desenvolvido através de uma parceria entre a Prefeitura local, governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Uneal e Instituto de Meio Ambiente (IMA), o projeto tem como objetivo conscientizar a população rural sobre a importância da preservação das nascentes, através da participação do homem. O reflorestamento das áreas degradadas está incluído no projeto, além de capacitar o agricultor para manter, de forma saudável, essa nova fonte de água limpa e pura.
Recentemente, o secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Alex Gama, esteve em Palmeira dos Índios e aprovou as ações que estão sendo desenvolvidas pelo Município com relação a recuperação das nascentes. Gama colocou em tramitação um projeto que prevê a recuperação, até dezembro deste ano, de 400 nascentes espalhadas em 20 municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Coruripe, cuja nascente fica localizada em Palmeira dos Índios. Os recursos, na ordem de R$ 600 mil, virão do Fundo Estadual de Recursos Hídricos.
O secretário ressaltou a importância dos comitês de bacias no processo de melhorias ambientais, sobretudo, na proteção aos recursos hídricos, a fim de se garantir água de qualidade para as comunidades localizadas na zona rural com um custo reduzido.
Um estudo em andamento está mapeando todas as nascentes do município e está sendo realizado por estudantes da Uneal, com a coordenação da professora Josefa Adriana. O programa Sombra e Água Viva visa fortalecer a agricultura familiar, mantendo o homem no campo a partir da viabilização de pequenos projetos de irrigação para a produção de hortaliças, frutas e legumes em toda região. Outra meta do programa é o reflorestamento das serras e de matas ciliares com espécies da flora natural.
Juíza vencedora do Prêmio CLAU DIA 2010 f az palestra contra o racismo
Aos 9 anos, a menina negra, de origem humilde, ouviu de um professor: “Se você não tem dinheiro para comprar o material escolar, pare de estudar e vá cozinhar feijoada na casa de branco”.
A trajetória de vida e conquistas da baiana Luislinda Valois, desembargadora substituta do Tribunal de Justiça da Bahia e primeira mulher negra a exercer o cargo de juíza e proferir uma setença contra o racismo no Brasil, será destaque da palestra “A Mulher Negra nos Três Poderes da República” , relizada no dia 17 de novembro, às 19h, na Semana Esmal da Consciência Negra.
A magistrada baiana falará para um público de estudantes e convidados, destacando conquistas e avanços das mulheres afrodescendentes no país. Após a palestra de Luislinda Valois, o público confere show da cantora alagoana Roberta Aureliano.
Sobre o PRÊMIO CLAUDIA 2010
Principal premiação voltada para a mulher brasileira, o Prêmio CLAUDIA 2010 foi entregue na última sexta-feira (05/11/2010), na Sala São Paulo. A cerimônia homenageou mulheres que, nas mais diversas áreas, fizeram a diferença tentando construir um país melhor. Luislinda Valois foi vencedora na categoria Políticas Públicas.
Quinze finalistas, divididas em cinco categorias (Ciências, Negócios, Trabalho Social, Políticas Públicas e Cultura) destacaram-se por suas histórias únicas de superação e pelo desejo em comum de transformar a realidade de suas comunidades.
Primeira Juíza Negra do Brasil
Aos 9 anos, a menina negra, de origem humilde, ouviu de um professor: “Se você não tem dinheiro para comprar o material escolar, pare de estudar e vá cozinhar feijoada na casa de branco”.
Luislinda Valois deixou a sala de aula chorando, envergonhada. Valente, tomou coragem e retornou: “Não vou parar. Vou estudar para ser juíza e prender o senhor”.
O trauma infantil despertou o furor, que fez dessa soteropolitana, de 68 anos, uma profissional ávida por justiça. Primeira juíza negra e primeira profissional da área a proferir uma sentença contra o racismo no Brasil, Luislinda trabalhou no interior baiano até ser promovida, em 1993, para Salvador. Combater o racismo dentro e fora da magistratura e tornar a Justiça acessível a todos são seus desafios constantes.
Ela reativou dezenas de Juizados Especiais em municípios da Bahia e criou e instalou a Justiça Itinerante, sala de audiência dentro de um ônibus que atende os bairros carentes de Salvador e Feira de Santana, e o Juizado Itinerante Marítimo, que conduz profissionais até as ilhas da Bahia. Coordenou ainda o Balcão de Justiça e Cidadania e levou a lei às comunidades quilombolas e aos índios.
Nas horas livres, Luislinda dá palestras em escolas públicas para que os jovens conheçam seus direitos e deveres. O Programa Justiça, Escola e Cidadania, idealizado por ela, atingiu mais de 5 mil estudantes. Sua militância também se estende à escrita: publicou o livro O Negro no Século XXI (ed. Juruá), uma reflexão sobre a participação dos afrodescendentes na sociedade atual.