Inédito no país, Escritório de Drones de Desastres liderado pelo órgão alagoano é fundamental para a liberação de recursos federais ao Rio Grande do Sul
A Defesa Civil de Alagoas está coordenando os trabalhos de mapeamento dos municípios afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Liderado pelo secretário executivo do órgão alagoano, tenente-coronel Rômulo Guedes, o primeiro Escritório de Drones de Desastres do país é essencial para o mapeamento das áreas atingidas e consequente liberação de recursos federais.
Além do tenente-coronel Rômulo Guedes, o escritório, sediado no município de Passo Fundo (RS), conta com a participação do sargento Moreira, engenheiro ambiental da Defesa Civil de Alagoas, do tenente Milson, piloto do Corpo de Bombeiros de Goiás, e um corpo técnico formado por agentes da Defesa Civil de vários estados brasileiros.
“Esse trabalho de drones de desastre já é desenvolvido pela Defesa Civil de Alagoas não apenas no estado, mas em outras tragédias no país, quando sou convocado pela Coordenação Nacional de Defesa Civil. Normalmente, faço isso sozinho, com a ajuda de um auxiliar”, explicou Rômulo Guedes. “No entanto, devido à complexidade e ao tamanho desse desastre [do Rio Grande do Sul], que afetou centenas de municípios, tivemos que montar um escritório”, completa.
Desde que chegaram ao Rio Grande do Sul, no domingo (5), o tenente-coronel Rômulo Guedes e o sargento Moreira vêm percorrendo os municípios do estado. Geralmente o trabalho é iniciado quando o nível das águas baixa, o que dá uma percepção mais clara da destruição.
Nesta quinta-feira (9), eles estiveram no município de Lajeado, onde se reuniram com a vice-prefeita do município, Gláucia Schumacher. O município é um dos 428 afetados pelas tempestades. Além de Lajeado, a Defesa Civil de Alagoas deve mapear nesta quinta-feira os municípios de Muçum, Encantado e Roca Sales, localizados no Vale do Taquari. “Estamos assessorando os municípios na governança do desastre, para que eles possam adquirir recursos e, restabelecidos, possam retomar à normalidade”, disse o secretário executivo da Defesa Civil de Alagoas.
Ele ressalta que o reconhecimento do estado de calamidade do município por parte do governo federal – feito a partir do trabalho coordenado pela Defesa Civil de Alagoas – é um dos três processos para restabelecer a normalidade. “Além dele, tem a parte do socorro, feito por entidades competentes, e o restabelecimento de serviços públicos essenciais, como postos de saúde e escolas”, enumerou.
Além dos agentes da Defesa Civil Estadual, o Governo de Alagoas enviou ao Rio Grande do Sul, no domingo (5), 8 membros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) — 4 médicos e 4 enfermeiros — que compõem o Grupamento de Operações Aéreas, que estão prestando ajuda humanitária às vítimas das tempestades. Com os médicos e enfermeiros foram enviados materiais e equipamentos essenciais para operações de resgate.
Boletim divulgado às 12h desta quinta-feira (9), pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, informa que 428 municípios foram afetados pelas chuvas, que provocaram 107 mortes e deixaram 374 pessoas feridas. Ao todo, 1,48 milhão de pessoas foram afetadas no estado. Há ainda 136 pessoas desaparecidas.
Carlos Nealdo / Agência Alagoas