Até o próximo domingo (24), quem visitar o Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Maceió (AL), vai encontrar autênticas expressões da arte de vários estados do país. Na 15ª edição da Feira de Artesanato do Norte e Nordeste (Artnor) o público tem a oportunidade de conhecer a rica diversidade de culturas e tradições do Brasil.
Além do espaço especial dado aos artesãos alagoanos, a feira destaca o talento de artistas de outros recantos do país. No Salão Arraial, o que chama a atenção são as figuras estilizadas de santos descalços e descamisados, que representam a religiosidade do povo nordestino. São peças delicadamente talhadas em madeira por artesãos da Organização Não Governamental (ONG) Santeiros do Piauí, composta por 98 homens de 12 municípios piauienses.
Para os artesãos, que enfrentaram uma viagem de 1.200 quilômetros até a capital alagoana, a feira já está trazendo bons resultados. À frente do estande, feliz da vida, o santeiro Edilson Lopes fala sobre as vendas. No primeiro dia da feira ele já havia fechado negócio com compradores de um hotel de luxo em Maceió, que irá utilizar os santos em sua decoração.
“Para o hotel vendemos obras do Mestre Júnior, um dos mais conhecidos em nosso estado. Os Santeiros do Piauí participam desde a primeira edição da Artnor. Ao longo dos anos, a gente vem superando as expectativas em relação ao evento. Maceió é uma praça muito boa para a comercialização. Aqui temos vários clientes”, afirma Mestre Júnior.
Já os artesãos da Paraíba trouxeram para a Artnor peças que misturam moda e artesanato, confeccionadas a partir do algodão naturalmente colorido, marca registrada do estado. O algodão paraibano é matéria-prima para dezenas de produtos, de roupas até peças de decoração, brinquedos e artigos de cama e mesa.
Na Artnor 2010, o destaque são as bolsas e sandálias femininas. As peças são releituras de artigos nordestinos, estilo Maria Bonita, adaptadas às tendências da moda. Além do arrojado design das sandálias da Paraíba, o conforto e o preço agradam os visitantes. Um par das famosas rasteirinhas está sendo vendido por R$ 20,00. “Esta é a primeira vez que participo da Artnor. O que percebo é que o público da feira se diferencia de outros eventos. São pessoas que valorizam o trabalho artesanal. Estou satisfeita com as vendas. Nesta segunda-feira chegam da Paraíba mais variedades de produtos”, fala a expositora.
A Artnor também reservou um espaço às autênticas expressões culturais da região Norte. Máscaras indígenas do Amazonas, colares de sementes, piranhas empalhadas e até os bois de Parintins – Caprichoso e Garantido – estão à venda na feira.
As peças em capim dourado, do Tocantins, também fazem sucesso. São bolsas, brincos, pulseiras e outros acessórios artesanais confeccionados com respeito ao meio ambiente. As hastes de capim dourado não podem sair da região in natura, apenas em forma de artesanato. A regra visa garantir a produção de sementes.
A 15ª edição da Artnor reúne 150 estandes e mais de 500 expositores, distribuídos numa área de 4.727 m². Além do artesanato, o publico pode conferir desfiles de moda, apresentações culturais e lançamentos de livros e CD de artistas alagoanos.
Serviço:
Artnor 2010
Até 24 de janeiro de 2010
Local: Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Jaraguá.
Horário: Das 16 às 22 horas
Ingresso: R$ 2 (inteira) e R$ 1 (estudante e melhor idade)
Ponto de Venda: no local do evento
Informações: 0800 570 0800