Em processo de revisão dos protocolos clínicos para retomar, após a pandemia da Covid-19, a realização de transplantes de órgãos em Alagoas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) promove a Campanha Setembro Verde, voltada à conscientização para que mais alagoanos se declarem doadores em potencial. Com esta medida, a Central de Transplantes trabalha para reduzir a fila de espera por um doador, que no Estado corresponde a 377 pessoas.
Entre os principais entraves que contribuem para o insuficiente número de transplantes em todo o Brasil e, consequentemente, em Alagoas, está a recusa das famílias em efetuar a doação de órgãos. Isso porque, diferente do que ocorria anteriormente, não é mais necessário declarar na Carteira de Identidade que se é doador de órgãos, mas, conversar com os familiares e deixar claro o desejo de que ocorra a doação em caso de morte encefálica.
Daí porque, a conscientização é o mecanismo para desmistificar os tabus que envolvem o processo de doação de órgãos, segundo ressalta a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos. “Verificamos que a recusa em autorizar a doação de órgãos de um ente querido ocorre por vários fatores, como a religião, crenças equivocadas, falta de conhecimento e, inclusive, medo de o corpo sofrer alguma deformação no momento da retirada do órgão. Por isso, o tema doação de órgãos deve ser muito debatido”, salientou.
Ações – Entre as atividades de conscientização marcadas para o Setembro Verde está a Webpalestra sobre Comunicação de más notícias, no dia 17. Nos dias 23 e 24 a Central de Transplantes promove a Webinar Transplantes Nordeste e nos dias 28 e 29, às 19h, o médico Oscar Ferro irá proferir palestra para hepatologistas e gestores municipais da I e II Macrorregião de Saúde sobre Transplante de Fígado em Alagoas.
A coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas informou que 2019 foram realizados 81 transplantes em Alagoas, sendo 69 de córnea, cinco de coração e sete de rim. Já este ano, foram apenas 26 transplantes de córnea em razão da pandemia da Covid-19, quando as cirurgias eletivas foram suspensas.
“Diante desta situação, das 377 pessoas que se encontram na fila de espera por um transplante, 234 esperam por uma córnea, 141 têm necessidade de receber um rim e duas aguardam por um novo coração para que voltem a levar uma vida saudável”, enumerou.
Texto de Josenildo Törres