Seris e Perícia Oficial realizam coleta de DNA em reeducandos do Baldomero Cavalcanti

O resultado do cruzamento de DNA colhido em cenas de crimes com o material genético de um suspeito pode provar a participação em atos ilícitos ou inocentá-lo. Já o Banco Nacional de Perfis Genéticos brasileiro contém mais de seis mil perfis genéticos de condenados. E é para contribuir com este levantamento que, desde o final de 2018, a Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social (Seris), em parceria com a Perícia Oficial do Estado, realiza a coleta de material genético no sistema prisional alagoano.

A coleta acontece de forma indolor, como preconiza a Lei Nº 12.654, de 28 de maio de 2012, e contempla reeducandos condenados por crimes hediondos ou praticados, dolosamente, com violência de natureza grave contra a pessoa. Nessa terça-feira (29), peritos e equipe técnica de saúde da Seris estiveram no Presídio Masculino Baldomero Cavalcanti, onde o material genético de 263 reeducandos foi coletado.

Para a gerente de Saúde da Seris, tenente PM Jaqueline Leandro, este procedimento é fundamental. “A partir dessas coletas, montaremos o Banco Estadual de Material Genético, que fará parte de um banco nacional. Ter essas informações ajudará nas investigações para a elucidação mais célere dos crimes”, disse a gerente, acrescentando que, dada a eficiência das equipes envolvidas, a coleta foi concluída em apenas um dia, portanto, antes do previsto.

O material usado nas coletas foi doado pelo governo federal, como explica Rosana Coutinho, chefe do Laboratório Forense da Perícia Oficial de Alagoas, ao falar da metodologia da ação. “Começamos o trabalho em dezembro de 2018, no Presídio do Agreste, em Girau do Ponciano, iniciando a coleta nos demais presídios em 2019. Após a coleta, vamos traçar os perfis genéticos para compor o banco de dados. Esses perfis vão ser confrontados com vestígios coletados nos locais de crimes. Esperamos concluir cerca de mil coletas em Alagoas”, destacou.

Atualmente, a China detém o maior banco de dados de perfis genéticos do mundo, com mais de 50 milhões de perfis inseridos. Já os Estados Unidos da América armazenam mais de 13,5 milhões de perfis genéticos de condenados e cerca de 895 mil perfis de vestígios de locais de crimes. Tais informações já auxiliaram mais de 428 mil investigações criminais no país.

O banco do Reino Unido, por sua vez, é considerado o mais eficiente do mundo, armazenando o perfil genético de mais de cinco milhões de indivíduos suspeitos de cometerem crimes. No Brasil, até o primeiro semestre do ano, 559 investigações tiveram o auxílio desta ferramenta.

 

Texto de Mayara Wasty

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