Paciente se recupera da Covid-19 após quase três meses internada no Hospital da Mulher

A recepcionista Maria das Graças Tenório, de 60 anos, tem muito que comemorar. Após 83 dias internada no Hospital da Mulher Dr.ª Nise da Silveira (HM), no bairro Poço, em Maceió, para tratar complicações da Covid-19, ela recebeu alta médica.

 

Dos quase 90 dias internada, 58 foram na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 25 na semi-intensiva. Maria das Graças Tenório ganhou, além do corredor de aplausos que virou marca registrada de todos os recuperados, uma pequena homenagem no hall de entrada da unidade hospitalar, embalada por música tocada por um saxofonista, balões e cartazes com demonstrações de afeto.

A saga da paciente começou no dia 22 de maio, quando procurou assistência na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Trapiche da Barra. Após o primeiro atendimento, ela precisou ser transferida rapidamente para um dos leitos da semi-intensiva do HM no mesmo dia, visto que seu pulmão já apresentava 50% de comprometimento.

Mas, com dois dias de internação no HM, o quadro de insuficiência respiratória piorou, e a recepcionista precisou ser levada para o leito da UTI. No local, ela foi sedada e submetida à entubação orotraqueal, para que fosse iniciada a ventilação mecânica invasiva.

De acordo com Luiz Guilherme de Almeida, nefrologista e coordenador médico da UTI Covid-19 do HM, o quadro de saúde da paciente piorou, em virtude de ela ser obesa e ex-fumante. Antes de contrair o novo coronavírus, Maria das Graças Tenório pesava 90 quilos, distribuídos em 1,59 metro de altura.

“Houve uma fraqueza muscular na cavidade torácica e nos músculos da respiração, a exemplo do diafragma, que é muito importante em nossos movimentos de inspiração e expiração. Não só o pulmão estava ruim, como também todo o mecanismo ventilatório dela. Por essa razão, o desmame da ventilação mecânica foi mais prolongado”, explicou o médico do HM.

Em 21 de julho, Maria das Graças saiu da UTI e voltou novamente para o leito da semi-intensiva, consciente e conversando com a equipe multidisciplinar e com sua família, através de chamadas de vídeo e da visita guiada, realizadas pela equipe de psicologia e do serviço social do HM. “Deus me concedeu uma segunda chance para viver. Por tudo que eu passei, só Ele mesmo pra ter feito isso. Sempre enxerguei a vida com simplicidade. Mas, agora, meu olhar vai ficar ainda mais amplificado”, disse ela, em tom emocionado.

Após uma longa permanência na UTI do HM, mesmo curada da Covid-19, Maria das Graças Tenório vai precisar dar continuidade ao tratamento com o sistema de home care (serviço de saúde domiciliar). O serviço foi assegurado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), para que ela volte, o mais rápido possível, às suas atividades normais.

 

Texto de Marcel Vital

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