O último domingo do mês de janeiro é o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hanseníase. A doença infecciosa, antigamente conhecida como lepra, ainda faz muitas vítimas no Brasil.
Segundo a médica Káthia Tenório, do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), o país ocupa o segundo lugar mundial em número de casos de hanseníase, ficando atrás apenas da Índia. “Na última década, foram registrados no Brasil cerca de 30 mil novos casos por ano”, disse a médica.
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase acomete principalmente a pele e os nervos periféricos do paciente. Na pele aparecem, inicialmente, manchas claras ou avermelhadas que podem provocar, nessas áreas afetadas, diminuição ou perda total da sensibilidade ao frio, ao calor, à dor e/ou ao toque.
De acordo com Káthia Tenório, a transmissão se dá pela convivência muito próxima ou prolongada com o doente da forma transmissora que não se encontra em tratamento. O contágio pode se dar, por exemplo, pelo contato com gotículas de saliva ou secreções do nariz.
“A hanseníase tem cura. Após iniciar o tratamento, o doente não transmite mais a doença. Tocar a pele do paciente não transmite a hanseníase. Importante salientar que cerca de 90% da população tem resistência natural contra a doença, ou seja, não a desenvolve quando infectado”.
Na opinião da médica, ainda há muito preconceito envolvendo a doença. “Apesar de todo o conhecimento existente, ainda se observa grande carga de estigma e preconceito, o que dificulta a execução de medidas de controle e profilaxia, além de ter um enorme impacto social e psicológico para os portadores da doença”, afirmou.
Em caso de suspeita de hanseníase, a pessoa deve buscar atendimento médico. O diagnóstico envolve a avaliação clínica dermatoneurológica do paciente, por meio de testes de sensibilidade, palpação de nervos e avaliação da força motora.
Ainda segundo Káthia Tenório, o tratamento varia de 6 meses, se a pessoa tiver poucas lesões na pele, a 12 meses, caso a doença esteja mais avançada. O tratamento é fornecido de maneira gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“O tratamento deve ser realizado de maneira regular, para que a doença não retorne. Quanto mais cedo se iniciar o tratamento, menores as chances de se ter sequelas, como incapacidade física, além de favorecer a interrupção da cadeia de transmissão”, explicou.
Diego Silveira – Dicom TJAL
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