Resistente e de fácil adaptação à região seca, a umbu-cajá não é exigente quanto aos cuidados para se desenvolver, facilitando a inclusão socioprodutiva e econômica, capaz de gerar emprego e renda para a população do Agreste e do Sertão alagoanos. Podendo ser amplamente consumida in natura ou industrializada, não foi à toa que a árvore dessa fruta, o umbuzeiro, foi chamada de “árvore sagrada do sertão” por Euclides da Cunha.
O projeto “Um milhão de árvores de umbu cajá” tem parceria com o Governo de Alagoas, através da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri), e foi elaborado pela Cooperativa Agropecuária Regional de Palmeira dos Ìndios (CARPIL), além da participação da Secretaria Municipal de Palmeira dos Índios. Esse projeto faz parte do programa Rota da Fruticultura Alagoana da superintendência de Inclusão Produtiva da Seagri e está dentro das Rotas de Integração Nacional do Ministério Regional.
Com objetivo de atender 222 mil famílias, os produtores irão receber mudas e estacas para auxiliar no plantio. Aproximadamente 30 mil mudas foram distribuídas para região de Girau do Ponciano, 5 mil para Belo Monte e o restante está sendo entregue na região de Palmeira dos Índios.
“Esse ano nós estamos com uma super safra de umbu-cajá, cerca de 60% a mais do que a safra de 2019. Tudo isso graças à boa distribuição das chuvas e o tempo quente, isso tem ajudado demais a ampliação da safra. Além disso, também tem gerado emprego e ocupação para mais de 1.600 famílias só em Palmeira dos Índios, Igaci e Estrela de Alagoas. Contamos hoje com 400 famílias já com áreas produtivas, tem família faturando em torno de 20 mil por safra na pequena e média propriedade”, afirmou Luciano Monteiro, membro da Carpil e idealizador do projeto.
Com ótimos resultados, o município de Palmeira dos Índios apresenta uma safra recorde de umbu cajá. 90% dessa produção é comercializada para Indústria de Beneficiamento de Frutas de Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Bahia. Estão sendo vendidos a R$ 10,00 (maduro) e amadurecendo selecionados a R$ 15,00. Essas Unidades de Beneficiamento transformam a base do umbu-cajá em polpa, geleia e doces. Sergipe e Bahia estão entre os maiores compradores e os que mais utilizam a fruta para consumo.
“Graças a Deus a safra deste ano, por conta das chuvas, aumentou em torno de 60% da safra do ano passado. Aqui o umbu-cajá é fundamental na renda da nossa região. A fruta sustenta mais de 400 famílias de Palmeira dos Índios; o suco é essencial para alimentação familiar. Sou agricultor, produtor e comprador, conto com uma equipe de aproximadamente 30 pessoas que trabalham comigo diariamente. O umbu-cajá é uma fruta que se pode produzir no inverno e no verão, mas a chuva que deu esse ano contribuiu bastante para que a safra dobrasse”; explicou Genilson Oliveira, conhecido como Neno na região rural de Palmeira dos Índios.
Os produtores contam com a assistência técnica da Secretaria Municipal de Agricultura de Palmeira dos Índios e também da equipe técnica da Carpil, que tem feito a distribuição em vários municípios, além do grande apoio do Governo de Alagoas por meio da Seagri e da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (ANATER) e do Ministério da Agricultura (MAPA).
Rota da Fruticultura Alagoana
O programa Rota da Fruticultura, que está incluso nas rotas de integração, é um projeto do Governo Federal através do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) que abrange o Estado de Alagoas e faz parte da superintendência de Inclusão Produtiva. Estão sendo feitas reuniões, através de um Comitê Gestor, para discutir os projetos prioritários do setor. Com a realização de um planejamento, mapeamento e diagnóstico, são decididos quais projetos vão ser investidos.
Reconhecendo as atuais prioridades, serão direcionados investimentos na região da Mata Alagoana, no Litoral Norte, com a distribuição de mudas frutíferas para plantação de cinco unidades de produção, além de estufas para cultivo de mudas. O projeto conta com assistência técnica, distribuição de equipamentos e de insumos.
“Nós estamos trabalhando também em projetos ao longo do canal do Sertão e nos perímetros que podem ser irrigados. Faremos, inicialmente, um investimento de 4 milhões nessas unidades de produção de mudas no litoral Norte e região da Mata Alagoana. Após a primeira implantação, a segunda etapa conta com mais de 4 milhões de investimento, apenas estamos aguardando a aprovação da Caixa Econômica”, ressaltou Luciano Barros, superintendente de Inclusão Produtiva da Seagri.
Texto de Pollyana Almeida