A Comissão de Desenvolvimento Econômico realizou nesta quarta-feira, 3, uma audiência para discutir a atração de investimentos do Japão para o Brasil. Participaram da reunião representantes da Embaixada do Japão e investidores de empresas japonesas como a Mitsubishi. A sugestão da audiência foi do deputado Luiz Nishimori, presidente do grupo parlamentar Brasil-Japão.
O ministro da embaixada do Japão, Yoshitaka Hoshino, falou sobre o futuro da relação econômica entre os dois países. Segundo ele, são cerca de 700 empresas japonesas presentes no Brasil. Este número duplicou em 2008 a 2013, mas desde 2014 está estagnado. “O Brasil adota a diretriz de atrair investimentos de países parceiros tradicionais para contribuir com o crescimento econômico. Entretanto, o custo Brasil tem sido um entrave para as atividades econômicas, com elevada carga tributária, protecionismo na legislação trabalhista e infraestrutura precária. As empresas japonesas se interessam em continuar investindo no Brasil, tem grande interesse nas áreas de infraestrutura (transporte urbano, aeroportos, portos, etc)”, afirmou o ministro.
Por isso, a Câmara de Comércio e Indústria Japonesa no Brasil elaborou o Plano de Ação para a realização de grandes investimentos (Agir) que propõe a eliminação do custo Brasil para aumentar a competitividade da indústria com propostas na área tributária como reforma radical do ICMS, extinção do sistema de substituição tributária e revisão do sistema de preço de transferência.
O presidente da Câmara do Comércio e Indústria Japonesa no Brasil, Toshifumi Murata, apresentou algumas propostas como desenvolvimento de medidas para apoio aos investimentos das empresas. “A situação atual é de dificuldade em atender o nível de capacidade técnica e de manufatura exigido pelas empresas japonesas, a existência de fornecedores que não atendem o requisito técnico e a falta de capacitação técnica dos trabalhadores, falta de eficiência de operação do sistema de energia”, informou, acrescentando que é preciso promover a inovação ao fornecedor brasileiro, um projeto educacional com parceria público-privado, criação de Zona de Processamento e Exportação na região de São Paulo, que possui o maior mercado consumidor e zona industrial, entre outras.
Segundo o vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Japão no Brasil, que também representa a Mitsubishi, Allchiro Matsunaga, a relação entre o Brasil e o Japão começou com a chegada dos primeiros imigrantes há mais de 108 anos. A primeira onda de investimentos do Japão no Brasil começou em 1950 e a segunda onda em 1970. A partir de 2010, houve uma terceira onda de investimentos.
O presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, o deputado federal Laércio Oliveira, afirmou que os problemas enfrentados pelos investidores brasileiros se repetem quando empresas estrangeiras querem investir no Brasil. “É preciso urgentemente melhorar esses pontos apresentados na audiência, a exemplo da diminuição do Custo Brasil, melhoria nas relações de trabalho, diminuição da carga tributária e investimentos em infraestrutura”, disse.