A imunização contra a Covid-19 é uma batalha que se vence aos poucos, a cada dia. Em Alagoas, são enfermeiras da linha de frente que têm a grata missão de vacinar os trabalhadores instalados nas unidades da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Ao todo, são seis equipes de enfermeiras e técnicas de enfermagem reunidas pelo Programa Nacional de Imunização em Alagoas (PNI-AL). Esta rotina diária é traduzida como um antídoto por dias melhores.
Desde o início da vacinação em Alagoas, em 19 de janeiro, as profissionais aplicaram as doses dos imunizantes nos trabalhadores que atuam no Hospital Geral do Estado (HGE), Hospital da Mulher, Hospital Metropolitano, Hospital Regional do Norte, Hospital Regional da Mata, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Maceió e Arapiraca, Centrais de Triagens, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Jacintinho e Tabuleiro, Laboratório Central de Alagoas (Lacen) e Hospital Ib Gatto, Hospital Escola Helvio Auto, Maternidade Santa Mônica e Hospital Portugal Ramalho.
Entre as profissionais que lidam diariamente com a imunização está a técnica de enfermagem Andréa Macário Moreti, de 35 anos. “Foi surreal quando recebi a ligação. Passou um filme em minha cabeça ao pensar que iria trabalhar com a vacina contra Covid-19, imunizando as pessoas. E, ao sermos recebidas pelos profissionais de saúde dos hospitais, é como se a gente carregasse o antídoto de dias melhores, devido à festa ao nos receber. Tem sido emocionante. Nós estamos apenas aplicando as doses, que é uma gotinha de esperança para dias melhores”, considera.
Relatos de esperança agora fazem parte da memória da enfermeira Ivoneide Amélia, de 39 anos. Além de destacar toda a segurança que envolve a Campanha de Vacinação, as histórias no Hospital Geral do Estado são marcantes.
“Um dos momentos mais emocionantes que vivi foi no HGE, ao ouvir relatos de pessoas, profissionais, que passaram por situações de risco e que, agora ao serem vacinados, têm a esperança de não ter mais a doença [Covid-19]. No segundo dia da campanha no HGE, fui vacinar uma enfermeira e ela estava muito emocionada, começou a chorar bastante. Nesse momento me aproximei e perguntei se ela estava com medo, se queria algum apoio ou sentar um pouco, e ela me contou que estava emocionada porque estava completando, exatamente no dia da vacinação dela, um mês que o marido havia falecido por conta da Covid-19. Nós estamos vivenciando diariamente histórias como essas. Não tem como não chorar junto e saber que a esperança está aí, não só para nós, profissionais de saúde, como para toda a população”, relata Amélia.
A rotina de trabalho se resume em chegar ao PNI-AL às 7h, guardar as caixas térmicas com os imunizantes no veículo, pegar todos os insumos, seringas, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários, e, com escolta da Polícia Militar, seguir viagem até o principal destino. Na unidade, é feito o cadastro dos profissionais de saúde no SIPNI (Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização) e posteriormente inicia-se a imunização até as 17h30. No final do dia, é feito o balanço, que é enviado ao Programa Nacional de Imunização em Alagoas.
A condução dos profissionais e das vacinas contra a Covid-19 até a unidade de vacinação é uma tarefa honrosa. Quem descreve esta emoção é o motorista da van, Luciano Pereira da Silva, de 44 anos. “Quando me falaram que iria fazer o transporte das vacinas contra o coronavírus, tomei até um choque. É o sonho de quase todo mundo participar desse momento, de poder dar um pouco de si para que a gente supere essa pandemia. O que estamos vivendo é muito difícil. No dia do meu aniversário, eu já estava trabalhando com as vacinas, foi um dia muito abençoado para mim”, relata Luciano.
Alagoas Vacina – O Governo de Alagoas deu início à campanha de vacinação em 19 de janeiro. Até o último domingo (31), 46.236 alagoanos já haviam receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) continua, de forma transparente, realizando a entrega dos imunizantes aos municípios alagoanos. Nesta primeira fase, conforme o Plano Estadual de Vacinação, estão sendo vacinados trabalhadores da saúde, idosos em asilos, idosos a partir de 85 anos e indígenas aldeados.
Texto de Raíssa Barbosa e Lucas Borges