Em entrevista à CNN, Renan Filho ressalta esforço para ampliar leitos e defende isolamento

Em entrevista à rede CNN de notícias nesta segunda-feira (25), o governador Renan Filho apresentou o panorama da saúde pública em Alagoas diante da pandemia da Covid-19. No estado, já são mais de seis mil casos confirmados,  mais de 300 óbitos notificados e a taxa de ocupação dos leitos públicos no estado atualmente é de 70%, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Secretária de Saúde (Sesau) nesse domingo (24).

Renan Filho reforçou a necessidade do isolamento social como principal ferramenta para que a rede pública de saúde não entre em colapso dentro dos próximos dias, evidenciando o esforço que o estado tem empenhado nos últimos dois meses para o enfrentamento à Covid-19. O governador salientou ainda o contraste existente em relação à oferta dos leitos clínicos e de UTI da rede pública e privada entre os estados do Sul e Sudeste com os estados do Nordeste.

“É fundamental que as pessoas colaborem com as medidas de isolamento social, porque somente elas, nesse momento, são capazes de evitar o adoecimento de muita gente ao mesmo tempo e, assim, colapsar a rede hospitalar. O estado fez um esforço grande nos últimos 60 dias dessa pandemia, chegamos a mil novos leitos no último final de semana”, disse.

“Uma grande diferença do Nordeste, diferentemente do Sul e Sudeste do país, é que nessas regiões mais pobres, a rede privada e filantrópica é menor do que a rede pública. Aqui já não há mais vagas na rede privada. Portanto o Sistema Único de Saúde (SUS) passa ser a única porta de entrada para atender toda a população, diferente do que ocorre no Sul e Sudeste”, explicou.

Sobre a adoção de medidas mais rígidas de isolamento social como o lockdown, Renan Filho explicou que o estado tem estudado diversas possibilidades e, no momento, segue intensificando nas fiscalizações conforme determinado no último decreto, mas não descarta a possibilidade de aderir a medida caso seja necessário e evidencia que medidas do tipo foram tomadas em outros estados brasileiros não aumentaram satisfatoriamente o índice de isolamento social.

“O estado tem estudado todas as possibilidades. Nós estamos fazendo isolamento social que, nos últimos dias, tem ficado sempre entre os 10 estados com maior percentual de isolamento do país. Entretanto, as medidas mais duras tomadas em algumas regiões do país não têm demonstrado, na prática, ou tem sido aferido tecnicamente a elevação do isolamento social. Algumas medidas extremas foram tomadas, por exemplo, no estado de São Paulo, que decretou o feriadão, mas as medições do final de semana colocaram apenas 1% acima dos períodos anteriores, o que significa dizer que nem sempre são essas medidas que aumentam o isolamento social. O Brasil precisa muito que as pessoas colaborem nesse momento”, explicou

“O lockdown é uma possibilidade e seguimos avaliando casos os números sigam aumentando. Essa é a medida mais ampla nesse espectro. Nós esperamos que a população colabore, porque em Alagoas estamos agindo de duas maneiras neste momento: por um lado o estado amplia a rede de oferta de saúde com novos leitos clínicos e de UTI e, por outro lado, pede ao cidadão que colabore com as medidas de isolamento social e exige alguns procedimentos como o uso de máscara”, disse.

Questionado sobre o uso da cloroquina em Alagoas diante da publicação do novo protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde que libera o uso do medicamento para o tratamento em casos mais leves da doença, Renan Filho assegurou que o estado continua seguindo as orientações médicas locais, da Sociedade Alagoana de Infectologia.

“Nós já estávamos usando a cloroquina antes da alteração do protocolo do Ministério da Saúde, não para casos leves, porque a Sociedade Alagoana de Infectologia estabeleceu um procedimento no estado que oferece o medicamento para casos de internação hospitalar. Nós vamos seguir utilizando a cloroquina seguindo a recomendação médica local e deixando sempre a critério do médico, mesmo que o paciente tenha sintomas leves e vamos respeitar a recomendação médica. A decisão do médico tem que ser soberana nesse momento”, concluiu.

 

Texto de Manuela Mattos

 

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