A despedida de Jorge Curi em 1984

Gosto de relembrar momentos marcantes da vida profissional, experiência vividas ao longo dos anos como radialista e jornalista, momentos alegres e dramáticos. Guardei na memória história, fatos pitorescos, do rádio brasileiro e lembro-me do momento em que estive, pela segunda vez, em Buenos Aires, na Argentina, ao lado do narrador esportivo Madson Delano. O Brasil enfrentaria a Argentina em um amistoso e na véspera fui ao treino da “canarinha”. Ao chegar ao “Monumental de Nuñes”, o estádio do River Plate, recordei o grito do narrador esportivo Jorge Curi, brilhante narrado esportivo brasileiro, integrante da Rádio Globo do Rio de Janeiro, quando chamava o tempo em jogos realizados naquele local e que acompanhava pelo rádio quando era rádio-escuta no início da minha carreira: “No Monumental de Nuñesssssssss”.

O mundo é competitivo, mas a forma como o homem é tratado, muda todo o conceito de lealdade, amizade e reconhecimento que se deve ter com um ser humano. A despedida de Jorge Curi da Rádio Globo foi um desabafo. “Fui fuzilado pelos diretores…”, disse o talentoso profissional “profissional”. Ouçam o que ele disse ao final de uma jornada esportiva em 1984. Nem no momento triste, ao se sentir traído, perdeu a elegância.

 

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