Resolver o processo e resolver também a situação de conflito entre vítima e acusado de crime de violência contra menores, mas com apoio de 24 psicólogos e assistentes sociais, todos voluntários. Eis o objetivo do Projeto Acolher, lançado pela 14ª Vara Criminal da Capital, nesta sexta-feira (18).
“Dos processos em tramitação, mais de 1.800 são de crimes contra crianças e adolescentes. Destes, mais de mil envolvem acusações de estupro, de violência sexual”, explica a juíza Juliana Batistela, idealizadora do projeto e para quem é fundamental resolver também os conflitos entre as partes.
Atendimentos começam em 20 dias
A expectativa é que os primeiros atendimentos de famílias, comecem em até 20 dias, no Fórum e nos escritórios dos profissionais. “Algumas famílias já foram contatadas”, avisa a magistrada. Ela reforça ainda que a ideia é tentar evitar que conflitos, problemas tenham continuidade.
“A gente lida com tortura, tortura de mãe contra filho, e até abuso sexual”, exemplificou, chamando a atenção para um caso de cinco filhos, todos vítimas de abuso sexual pratico pelo próprio pai. O projeto Acolher surgiu, então, como propósito de fornecer acompanhamento terapêutico a estas vítimas.
“A gente sabe que estas vítimas têm trauma para vida inteira. Se o agressor também for assistido, vamos ter muito êxito”, avalia Janine Ferro, psicóloga e coordenadora técnica do projeto. “O ganho será muito maior porque haverá solução de problemas entre as pessoas”, complementa a profissional.
Evitar continuidade de agressões
Para o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Tutmés Airan, é necessário evitar, conter a reprodução da violência contra quem precisa de proteção. “Essa violência precisa de resposta penal e também precisamos evitar que o agressor de hoje não volte a agredir”, comentou.
Os juízes João Paulo Martins, auxiliar da Corregedoria Geral, e Ana Florinda, coordenadora do Núcleo de Promoção da Filiação (NPF), também ratificaram a importância da iniciativa. “Com este projeto, vocês estão cuidando das pessoas e ofertando algo além da decisão processual”, discursou.
Maikel Marques – Dicom TJAL
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