Pelé,uma obra de arte

 

Pelé. (http://www.psychologytoday.com/blog/view-the-dugout/200805/welcome-the-dugout )
Pelé. (http://www.psychologytoday.com/blog/view-the-dugout/200805/welcome-the-dugout )

Não vi Pelé jogando, mas procurei durante minha trajetória como cronista conhecer parte de sua história. Defino Pelé como uma obra de arte, acho que ir aos jogos do Santos ou da Seleção Brasileira quando ele jogava era como ir ao teatro.

 

Acho maravilhosa a frase do jornalista, recentemente falecido, Armando Nogueira,  quando disse : “Se Pelé não tivesse nascido homem, teria nascido bola.”A do poeta Carlos Drumont de Andrade : “Difícil não é fazer mil gols como Pelé, difícil é fazer 1 gol como Pelé”.

 

O entrevistei, quando comentarista da Rede Globo em um dos jogos da seleção Brasileira, em pleno Maracanã. Fiz parte do grupo de pessoas que o aplaudiram em Goiânia, na saída do estádio Serra Dourada em ouytro jogo da nossa seleção. Depois tomei conhecimento que eram mineiros de Três Corações, cidade em que nasceu.

 

Dei ao meu filho Warner, ainda garoto,  um boné autografado por Pelé. Aliás, nunca tive o hábito de idolatrar ninguém, mas Pelé foi o único que cheguei a pedir um autografo por ser um o maior atleta do mundo, o atleta do século, genial.

 

Na sua vinda ao estádio Rei Pelé este ano, quando da reinauguração do estádio que tem o seu nome, com muita justiça, o entrevistei novamente, ou melhor, dei um testemunho de que o povo de Alagoas não aprovou a idéia de que seu nome fosse retirado da nossa melhor praça de esportes.(Ouça no blog, clicando em Entrevista em Áudio).

 

O Pelé que interrompeu uma guerra

 

Lendo algumas matérias e artigos sobre Pelé na internet, encontrei o texto feito em 23 de 02 de 2020, escrito por adriano G. Teixeira, destacando o seguinte :  

Escrevo hoje para contrariar a tão conhecida frase que diz: “Ninguém é perfeito”. Eu conheço alguém perfeito, aliás o mundo todo conhece, e sabe-se lá se até mesmo seres de outros planetas não conheçam. É fácil identificar e provar que um ser humano é perfeito quando se observa algumas frases e passagens como as que seguem: manchete do The Sunday Times, jornal londrino: “Como se soletra Pelé? D-E-U-S”, e os dizeres de Jimmy Carter, Presidente dos E.U.A, ao ser apresentado ao referido dono da perfeição: “muito prazer, eu sou Jimmy Carter, você não precisa se apresentar”.

Os números são mais realistas, mas as frases e citações que cercam o nome do jogador de futebol eleito atleta do século por 9 diferentes enquetes, dão um tom de realeza e consagração jamais conferidos anteriormente a qualquer pessoa. Que cidadão brasileiro não se enche de orgulho ao ler frases como: “Pensei: ele é de carne e osso como eu. Me enganei” (Tarcísio Burgnich, defensor italiano na Copa de 70), ou “O maior jogador de futebol do mundo foi Di Stefano. Eu me recuso a classificar Pelé como jogador. Ele está acima de tudo”, (Puskas, craque do escrete húngaro que dominou o futebol no início dos anos 50). Isto não é perfeição? Já ouviram falar do Carrossel Holandês da Copa de 74, pois é, seu comandante, o consagrado Johan Cruyff disparou para a surpresa dos orgulhosos holandeses: “Pelé é o único que ultrapassa os limites da lógica”. Talvez uma das mais representativas frases sobre o Negrão, como também era chamado, foi exclamada por Sigge Parling, zagueiro sueco encarregado de marcar Pelé durante a final da Copa do Mundo de 1958: “Após o quinto gol, eu queria era aplaudi-lo.”

Alguns números são inevitáveis, e então como classificar um atleta que chega 11 vezes a artilharia do Campeonato Paulista, sendo 8 consecutivas. Um goleador se sente o “máximo” atingindo a marca de 500 gols na carreira. O Rei atingiu esta marca aos 22 anos de idade.

Com certeza, alguns fatos ocorridos nos deixam receosos quanto as suas veracidades, pois são realmente provas da perfeição alcançada pelo atleta que em 1970, no México, foi responsável pelo fechamento repentino do comércio da capital em pleno dia útil. Os avisos nas portas dos estabelecimentos diziam: “Hoje não abriremos, fomos assistir o Rei”. Para quem gosta deste tipo de história, conheço duas ou três que não poderia deixar de contar-lhes neste papo descontraído.

1-) “Em Roma, o maior jogador do mundo, Pelé, e um fã.” Esta é a manchete do jornal “The Observer”, de Londres, em março de 1966. Acompanhando o título, uma foto de Pelé com o papa Paulo VI. A foto fora tirada no encontro do Rei com o papa na biblioteca do Vaticano, local destinado às audiências com estadistas. No encontro, trocando confidências, o papa mostra conhecimentos sobre futebol e a vida de Pelé, que, por sua vez, revela seu lado religioso, contanto a Paulo VI que, na infância, fora coroinha na Igreja de Santa Terezinha, em Bauru.

2-) O ano é 1969. Só mesmo Pelé para interromper a guerra civil na África, entre forças de Kinshasa e Brazzaville, no ex-Congo Belga. O Santos havia acertado um jogo em Brazzaville alguns meses antes do início do conflito. Antes de chegar lá, a delegação passa por Kinshasa e é escoltada por soldados locais, que transferem a guarda para as forças inimigas no meio do rio que separa as duas regiões. No dia seguinte ao jogo, o time volta a Kinshasa e é avisado de que só poderá partir se também jogar naquela cidade. O Santos joga, Pelé recebe muitas homenagens, a equipe segue viagem em paz e, só então, a guerra recomeça.

3-) No estádio El Campin, estão em campo Santos e Millonarios. A partida é a grande atração do dia. Mas o juiz quase estraga tudo. O árbitro anula um gol de Pelé, que reclama além da conta e é expulso. A torcida, que lota o estádio, ameaça derrubar o alambrado, começa a atirar objetos para dentro do campo e a atear fogo nas arquibancadas. Temendo uma tragédia, a polícia faz com que o juiz saia de fininho, destaca um bandeirinha para o seu lugar e promove a volta de Pelé, que marca mais três gols. Resultado final: Santos 5 x 1 Millonarios.

E a noite mágica do milésimo gol? Acho que os Deuses do futebol é que planejaram este pênalti, para que as centenas de lentes postadas no maior palco do mundo pudessem focalizar com perfeição aquele momento único. Por alguns instantes, na noite de 19 de novembro de 1969, a bola foi mera coadjuvante de um homem que, com seus pés, deixaria cravado na história não apenas um recorde, mas a certeza de que ali estava o maior atleta do século.

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