Na década de quarenta não havia intercâmbio entre o futebol alagoano e o cearense. E foi no mês de agosto de 1947 que o Centro Sportivo Alagoano aceitou uma temporada para jogar em Fortaleza. Semanas antes, o Flamengo havia jogado uma série de partidas, e não conseguiu ganhar todos os jogos. A expectativa para a temporada do CSA era de um verdadeiro passeio dos clubes locais.
A delegação alagoana saiu de Maceió em um avião anfíbio na Lagoa Mundaú, na Levada. Nesta aeronave seguiram os seguintes componentes:
Chefe da delegação: Dr. Ib Gatto
Tesoureiro: Dr. José Reis
Diretor: Segismundo Cerqueira
Secretário: João Alves
Técnico: Doquinha Santa Rita
Jogadores: Epaminondas, Bandeira, Jaú, Miguel Rosas, Nivaldo Yang Tay, Pedrinho, Déde, Palheta, Ariston, Macaquinho, Zé Maria, Chimbé, Valdir, Dirson, Oscarzinho, Quirino, Fumaça e Tomires.
O CSA começou a surpreender no primeiro jogo (10.08.1947) contra o Fortaleza. Jogando um futebol simples e objetivo, os azulinos envolveram os cearenses e ganharam por 2×1. A torcida do Ceará não queria acreditar que o futebol alagoano fosse tão bom. Para a crônica esportiva, o resultado era uma zebra, um dia de azar para o futebol do Ceará. Oscarzinho e Ariston assinalaram os gols do CSA. Carlinhos, de pênalti, marcou para o Fortaleza, Epaminondas, Jaú e Miguel Rosas, Pedrinho, Palheta (Quirino) e Déde, Ariston, Macaquinho, Zé Maria (Chimbé), Oscarzinho e Dirson (Valdir) foi o time do CSA que estreou em Fortaleza.
O segundo jogo foi contra o Ferroviário (15.08.1947), o mais modesto dos três adversários do CSA. Modesto mas que deu muito trabalho e conseguiu o melhor resultado: 1×1. O clube azulino continuou jogando bem. A Imprensa já começava a olhar com bons olhos para o futebol alagoano. Chimbé fez o gol do CSA e Toinho o do Ferroviário. Epaminondas, Nivaldo e Miguel Rosas, Pedrinho, Quirino e Dédé, Valdir. Chimbé, Zé Maria, Oscarzinho e Fumaça formava o CSA.
O jogo de despedida seria contra o Ceará. As manchetes dos jornais do domingo (17.08.1947) falavam no Ceará Sporting como o vingador do futebol cearense. A torcida passava pela porta do Hotel onde estava hospedada a delegação alagoana e afirmava que Charutinho ia acabar com o cartaz do CSA e do zagueiro Miguel Rosas, a grande figura azulina. Havia, realmente, um clima de guerra. Ninguém queria admitir que CSA voltando para Alagoas invicto. O zagueiro Miguel Rosas deu um nó no craque Charutinho que terminou substituído mais cedo do que se esperava. O jogo foi duro e difícil. No final, 1xO para o CSA, gol de Ariston. Para sair de campo, foi necessário que o exército fizesse a cobertura da delegação alagoana. Epaminondas, Nivaldo e Miguel Rosas, Tomires, Palheta e Pedrinho, Ariston, Chimbé, Macaquinho, Oscarzinho e Dirson foi o time azulino que saiu invicto de gramados do Ceará.